Folha de S. Paulo


Crítica

Novo 'Dirty Dancing' tem cenas arrastadas e casal sem química

NA TV
Dirty Dancing (regular)
QUANDO: primeiro episódio no dia 12 de junho, às 20h45, e o segundo episódio, no dia 13 de junho, também às 20h45, no canal pago Fox Premium 1

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A minissérie em dois episódios "Dirty Dancing" tem todos os elementos do filme original homônimo que fez enorme sucesso quando foi lançado, em 1987. As coreografias, os romances proibidos, a garota apelidada de Baby que aprende a dançar, o verão no hotel-fazenda. Está tudo lá.

O que ficou de fora? A surpresa e o carisma.

Eli Joshua Ade/Divulgação
DIRTY DANCING - (ABC/Eli Joshua Ade) ABIGAIL BRESLIN, COLT PRATTES EM CENA DO REMAKE DE DIRTY DANCING PARA A TV, Eli Joshua Ade/ABC ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Abigail Breslin e Colt Prattes como o casal Baby e Johnny Castle na versão televisiva do filme de 1987

O telefilme, exibido pela ABC americana e reproduzido no Brasil pela FOX Premium 1, traz dois episódios de 70 minutos cada um. O primeiro vai ao ar nesta segunda (12), às 20h45, e o segundo, no dia seguinte, no mesmo horário.

Sim, são quase três horas de duração –o filme original tinha uma hora e 40 minutos. As cenas da nova minissérie são arrastadas, esticadas ao máximo, as músicas tocadas até o final, e as danças também.

E até que o elenco é bom, pelo menos em tese. Tem Abigail Breslin, de "Pequena Miss Sunshine" (2006), como Frances, a Baby, protagonista da história. Sua mãe é Debra Messing, de "Will and Grace", e sua irmã mais velha, mais bonita e mais burrinha, é Sarah Hyland, a filha mais velha, bonitinha e burrinha de "Modern Family".

Mas não funciona. Imagino que a refilmagem tenha acontecido na esteira do sucesso de "La La Land", só que os tempos são outros. Na época do "Dirty Dancing" original, filmes com dança e paixões adolescentes estavam na moda. É o caso dos de "Footlose" (1984) e "Flashdance" (1983), lançados anos antes.

INGREDIENTES

"Dirty Dancing" mudou um pouco a fórmula botando uma mocinha comum como protagonista e o objeto de seu afeto um homem mais velho e mais sexy. Foi o papel que alçou o ator Patrick Swayze (1952-2009) ao posto de sex symbol. E isso, junto das coreografias energéticas, fez do longa um clássico.

Mas a refilmagem não tem todas as qualidades do original, e as boas coisas, como as coreografias, parecem datadas demais.

Abigail Breslin não consegue ter graça nos números de dança, o que funciona no começo do filme, quando a personagem realmente não sabe dançar, mas atrapalha do meio para o fim, quando ela supostamente aprende.

E há zero química entre ela e o professor de dança, o novato Colt Prattes, que interpreta Johnny Castle. Ele dança bem, mas interpreta com a mesma desenvoltura com que Abigail dança.

A única mudança em relação ao roteiro original é que o telefilme começa e termina com a protagonista, agora mais velha, assistindo a um musical na Broadway, "Dirty Dancing".

Não fica claro se ela é a autora da peça ou se o musical simplesmente contou uma história idêntica à que ela viveu naquele verão.

Não importa muito. Até o fim da minissérie, vai ter pouca gente acordada de qualquer maneira.


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