Folha de S. Paulo


Festival Afro Music traz música preta para pretos; brancos são bem-vindos

Raoos Irie/Divulgação
Mental Abstrato, que se apresenta no 1 Festival Afro Music SP Credito: Raoos Irie/Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Mental Abstrato, que se apresenta no Festival Afro Music

"Saravá, irmãos de fé!", dizem os organizadores do 1º Festival Afro Music de São Paulo. "O primeiro festival feito por pretos, pela música preta, dedicado àqueles que reconhecem as alegrias e influências despertadas pelas notas e figuras rítmicas herdadas do continente irmão, África."

O festival é produzido por seis pretos, com um staff de apoio (de seguranças a videomakers) composto por 50 pretos, apresentando artistas ou bandas formadas apenas por pretos, com um som levado por dois DJs pretos, pinturas faciais de temáticas africanas realizadas por uma preta, bebidas e comidas preparadas por pretos e um mestre de cerimônias preto.

Acontece neste sábado a partir das 12h no Teatro de Contêiner (r. dos Gusmões, 43), com entrada gratuita (sugestão de colaboração de R$ 10 ou R$ 20). "Um festival feito por pretos para pretos", diz o idealizador Hever Alvz. Brancos, amarelos e vermelhos, entretanto, são bem-vindos, ele explica.

Rodolfo Bazetto/Divulgação
Senzala Hi-Tech, que se apresenta no 1 Festival Afro Music SP Credito: Rodolfo Bazetto/Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
A banda Senzala Hi-Tech, que se apresenta no Festival Afro Music

"A ideia é mostrar um cenário independente que não exista na TV, não está nos grandes portais da internet. A música popular brasileira tem uma raiz muito forte na cultura afro. Esses artistas fazem um trabalho contemporâneo em cima da música preta", diz ele.

"É questionador também. Nós não transitamos nas esferas de poder, e é claro que o branco está convidado, ele precisa vir sim, para entender que o protagonismo preto também precisa existir."

E para quem se arrepiou ao ler cada palavra "preto" ou "preta" nos parágrafos acima, Hever explica do que se trata: "Preto é apenas uma cor, e queremos tornar natural seu uso. Nós do movimento acreditamos que negro é pejorativo, próximo à palavra denegrir. Acredito que negro já está, aos poucos, caindo em desuso."

Que os sete orixás em seus tronos estejam com todos neste festival. Abaixo, a programação.

Divulgação
Luedji Luna, que se apresenta no 1 Festival Afro Music SP Credito: Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Luedji Luna, que se apresenta no Festival Afro Music

PROGRAMAÇÃO

12h - Abertura - mestre de cerimônia Douglas Belchior (UNEafro Brasil)
13h20 - Dica L. Marx
13h50 - Rádio Diáspora & Ba Kimbuta
14h40 - Anna Tréa
15h30 - Senzala Hi-Tech
16h20 - Luedji Luna
17h10 - Mental Abstrato
18h - ILU INÃ

DJs
Mariana Boaventura (ComunaDeusa)
Rodz (Festa Amem)

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1º FESTIVAL AFRO MUSIC
ONDE Teatro de Contêiner (r. dos Gusmões, 43, Luz, metrô Luz - linhas amarela e azul)
QUANDO sábado (27/5)
QUANTO gratuito (sugestão de colaboração de R$ 10 ou R$ 20)
AVISO Levem crianças! Espaço com gramado para correr!


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