Folha de S. Paulo


crítica

'Orange Is the New Black' perde em humor, mas ganha em ritmo

Jojo Whilden/Divulgação
A atriz Laura Prepon (de óculos), que interpreta Alex, com a loirinha Taylor Schilling, a Piper
Laura Prepon (de óculos), que interpreta Alex, com a loirinha Taylor Schilling, a Piper, na 5ª temporada

A latina Daya tem uma arma na mão, apontada para um policial ajoelhado, rendido pelas presas de Litchfield, a prisão feminina em que se passa em "Orange Is the New Black", da Netflix. A quinta temporada da série vai ser toda colocada no ar em 9/6. O serviço de streaming disponibilizou os seis primeiros episódios para esta resenha.

A história começa exatamente onde parou no quarto ano, quando uma rebelião entre as presas começa a se formar. O motivo é a revolta pela morte de Poussey por um policial.

Toda a quinta temporada se passa durante um período de 72 horas e, pelo menos nos seis primeiros episódios, a rebelião é o tema central.

MENOS PIPER

A loirinha Piper, personagem principal das primeiras temporadas, tem um papel quase de coadjuvante nos primeiros cinco episódios. Ela e sua ex/atual namorada, Alex, preferem se manter distantes das facções que tomaram conta do presídio.

Daya, a portadora da arma, pede silêncio no primeiro capítulo, quer pensar sobre se atira ou não no policial à sua frente. As presas em volta gritam para que ela mate o guarda, como forma de vingança pela morte de Poussey. Ela está agitada e ele, em pânico, quando ouve-se o barulho de um tiro.

O grupo das latinas toma o comando da revolta, e Daya vira líder sem muita convicção. Maria, outra latina mais nervosa, é quem dá as ordens. Uma presa mente para os guardas que estão do lado de fora: diz que um policial entrou atirando portão adentro.

O diretor do presídio, Caputo –assim como os policiais que já estavam do lado de dentro–, é rendido pelas presas, que decidem se divertir com ele, em vez de partir para a punição.

A arma, a essa altura, já saiu das mãos de Daya e foi parar nas mãos mais irresponsáveis possíveis. Nessa hora o humor volta à série, que de resto está bem mais nervosa que nas primeiras temporadas.

O clima dos episódios combina com a tensão que os executivos da Netflix devem ter sentido algumas semanas antes da estreia. Um hacker (ou um grupo de hackers), que se denomina The Dark Overlord, roubou os primeiros dez episódios do programa e pediu um resgate em dinheiro para o serviço de streaming, ameaçando colocar o conteúdo na internet.

A Netflix se recusou a pagar, e The Dark Overlord liberou os episódios para download.

Mas mesmo quem assistiu aos 10 primeiros capítulos não sabe como a história da rebelião se resolve, já que a série terá 13 partes. Pelas seis primeiras, dá para perceber que, se perdeu um pouco do encanto das temporadas iniciais, que mostravam quase um visão inocente do universo carcerário, com o mesmo tanto de humor e drama, "Orange" ganhou em ritmo.

Talvez tenha até exagerado nisso. Mas continua um dos melhores programas da televisão atual.

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ORANGE IS THE NEW BLACK - 5ª TEMPORADA
QUANDO a partir de 9 de junho
ONDE na Netflix


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