Folha de S. Paulo


Apagão faz Circo Zanni interromper apresentação em palco do Anhembi

O Circo Zanni, que se apresentava na Virada Cultural no palco Anhembi para um público de cerca de 80 pessoas, precisou interromper a exibição por problemas técnicos. Uma pane elétrica deixou o palco sem luz por volta das 21h50.

Um dos circos mais prestigiados do país, o Zanni foi fundado pelo ator Domingos Montagner, que morreu afogado no rio São Francisco em setembro de 2016.

Os artistas tentaram continuar o espetáculo, mas depois de alguns problemas e erros em performances, pediram desculpas ao público e encerraram a apresentação. "Sem luz no palco não enxergamos nada. Vamos parar até que isso seja resolvido", disse um dos integrantes da trupe.

A apresentação foi retomada cerca de 20 minutos depois, já com o público disperso. Menos de 50 acompanharam o continuidade.

Para Marcelo Lujan, integrante do Circo Zanni, a participação da trupe não foi como esperada.

"Fazemos um tipo de arte para ficarmos próximo ao público, mas aqui tivemos que nos apresentar no palco, distante, e entre shows musicais", disse.

Ele considera que a participação não foi programada para o lugar certo, o que justificaria o baixo público.

"Sempre participamos da Virada, mas em locais onde havia outras apresentações de teatro, circo e um público voltado a isso. Aqui ainda tivemos problemas técnicos", disse Pablo Nordio, outro integrante do grupo.

A documentarista Laila Valoiz, 34, que foi com o marido e o filho de dois anos para ver o circo, disse ter ficado indignada com a estrutura da Virada.

Segundo ela, além da distância, enfrentou outros problemas como a falta de local para estacionar. "Tive que pagar R$ 40 e deixar o carro super longe. Essa apresentação que seria mais infantil ficou no palco longe, difícil para as crianças acompanharem. Meu filho nem está conseguindo assistir."

Estefania Zanaro, 40, é atriz e também veio para a Virada ver o Circo Zanni. Para ela, a falta de público no local se deu pela dificuldade de acesso.

Ela e outros três amigos foram de metrô até a estação Tietê e depois seguiram a pé até o local do evento.

"É lamentável. Isso não é Virada Cultural, é pão e circo. Eles descentralizaram o evento e eliminaram público. Aqui mesmo é super difícil de chegar com transporte público. É desgastante e desrespeitoso", disse.


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