Folha de S. Paulo


Com Salvador Sobral, Portugal vence o Eurovision pela primeira vez

Sergei Supinsky/AFP
O português Salvador Sobral segura o troféu após vencer o Eurovision
O português Salvador Sobral segura o troféu após vencer o Eurovision

O português Salvador Sobral, 27, ganhou a edição de 2017 do festival europeu Eurovision, interpretando uma balada de jazz escrita por Luisa Sobral, sua irmã. Essa é a primeira vez que um intérprete de Portugal vence o concurso –o país começou a participar em 1964.

Junto com cantores da Itália e da Bulgária, Sobral foi um dos favoritos em entrar na final do festival de música anual, que ocorreu em Kiev, na Ucrânia. Portugal terminou à frente da Bulgária e da Moldávia.

"Amar Pelos Dois", canção vencedora do Eurovision 2017.

Sobral, de fala suave, com uma barba desgrenhada, ganhou com a canção "Amar Pelos Dois". Depois de ser anunciado vencedor, Sobral executou a balada novamente, desta vez em dueto com Luisa.

"A música não é fogos de artifício, a música é sentimento", disse ele após o resultado. "Vamos colocar a emoção de volta na música."

Depois da vitória, ao ser questionado durante uma coletiva de imprensa se ele era um herói nacional, respondeu: "Eu só quero viver uma vida pacífica, se eu pensasse em mim como um herói nacional seria um pouco estranho".

Sergei Supinsky/AFP
Luisa Sobral (à esq.), irmã de Salvador (à dir.) e autora de 'Amar Pelos Dois'
Luisa Sobral (à esq.), irmã de Salvador (à dir.) e autora de 'Amar Pelos Dois'

A Ucrânia acolheu a competição, enquanto luta também contra uma guerra, a centenas de quilometros a leste, contra os separatistas apoiados pelos russos.

Como é costume no concurso, a geopolítica desempenhou um papel importante.

A Rússia boicotou o evento deste ano depois que a Ucrânia proibiu o seu concorrente de entrar no país –um sintoma das relações tóxicas entre os países desde Moscou anexou a Crimeia, península ucraniana, em 2014. A Ucrânia ganhou o Eurovision do ano passado com sua participante Jamala, uma tártara da Crimeia.

Em um lembrete sombrio do conflito continuado no leste, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, cancelou sua ida à competição após quatro civis serem mortos durante ataques de artilharia –que Kiev atribuiu aos rebeldes separatistas.


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