Folha de S. Paulo


Fora do centro, Virada Cultural deixa de ser 24 horas nos principais palcos

Divulgação
Fafá de Belém _ foto-Caio Galucci
Fafá de Belém, que se apresenta no sambódromo do Anhembi

Após ser esvaziada do centro, onde foi concebida, a Virada Cultural enfrenta uma nova contradição de sua premissa: os cinco principais palcos da 13ª edição, agora espalhados pela cidade, ficarão inativos durante a alta madrugada. Apenas a região central, com tablados no lugar de palcos, seguirá com o modelo 24 horas.

A proposta da gestão João Doria (PSDB), que será testada nos dias 20 e 21 deste mês, tirou as grandes atrações da região central sob o argumento de evitar aglomerações, por motivos de segurança.

Os principais artistas se apresentarão em palcos posicionados no Sambódromo do Anhembi (zona norte), na Chácara do Jockey (zona oeste), no autódromo de Interlagos (zona sul), no parque do Carmo (zona leste) e na praça do Campo Limpo (zona sul).

Nenhum desses locais, no entanto, terá uma programação ininterrupta durante o fim de semana. Segundo a Secretaria Municipal de Cultura, eles inclusive serão fechados no período de inatividade.

Isso significa que a Chácara do Jockey, por exemplo, ficará inacessível após a apresentação da banda argentina Faauna, que toca às 3h. As atividades só serão retomadas às 10h do domingo (21).

O Sambódromo do Anhembi, que receberá em seu palco principal artistas como Daniela Mercury e Fafá de Belém, encerra o primeiro turno de atividades às 2h com o bloco Vaca Profana de Olinda em um espaço secundário, e só reabre às 10h.

Editoria de Arte/Folhapress
Não VirouPalcos principais do evento não têm programação 24 horas

O autódromo de Interlagos, cogitado inicialmente como o destino integral da Virada Cultural –ideia logo abandonada–, terá no total apenas seis horas de programação, e somente no segundo dia de evento, das 9h às 15h.

Contabilizados pela reportagem com margem de uma hora a partir do início da última atração, os intervalos podem chegar a dez horas, caso do parque Carmo.

Entre os principais palcos das edições anteriores, o da praça Júlio Prestes era o que apresentava o maior intervalo, de três horas entre as atrações, a fim de promover melhor circulação do público.

Neste ano, os maiores tablados do centro, como o Cabaré Queer, em frente ao Copan, o Rock, na rua Sete de Abril, e o Esquina do Samba, entre as avenidas Ipiranga e São João, têm pausas de duas a três horas.

A estratégia já havia sido antecipada no "Diário Oficial" do dia 4 de maio, no qual constava a programação resumida e a indicação de que apenas o centro seria 24 horas.

A secretaria argumenta que "a programação foi definida considerando as dinâmicas das próprias regiões". "A Virada será 24h no centro, mas ao longo de todo o período, todas as regiões receberão extensa programação, além dos espaços descentralizados com grandes shows".

Segundo a SPTrans, será montado um esquema de ônibus no evento. CPTM e Metrô também montam estratégias.


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