Folha de S. Paulo


Flip vai ter casa em homenagem a Jorge Amado e José Saramago

Bruno Poletti/Folhapress
RIO DE JANEIRO, PARATY, 30.06.2016: Pilar Del Rio, escritora - Festa de 30 anos da CIA DAS LETRAS na FLIP Em Paraty - RJ. (Foto: Bruno Poletti/Folhapress, FSP-MONICA BERGAMO) ***EXCLUSIVO FOLHA***
A jornalista Pilar del Río, diretora da Fundação José Saramago

A Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), que acontece no fim de julho, terá uma casa para celebrar a amizade entre Jorge Amado e José Saramago.

A casa foi planejada pela Fundação José Saramago, com sede em Lisboa, em parceria com a Fundação Casa de Jorge Amado. O ministério da Cultura lusitano também está envolvido.

O anúncio da casa e dos autores convidados foi feito, na tarde desta sexta (5), em evento no consulado de Portugal.

A ideia é também promover o contato entre autores brasileiros e de outros países lusófonos, não só na casa, mas também na programação da Flip.

Um deles é a jornalista Pilar del Río, que dirige a instituição lisboeta e foi casada com Saramago. Ela é uma das convidadas da programação principal da Flip, onde deve falar sobre militância feminina.

Também na tenda dos autores estará a escritora luso-angolana Djaimilia Pereira de Almeida, sucesso em Portugal, em 2015, com "Esse Cabelo", que será lançado no Brasil pela Leya.

Com ela, vem também o rapper angolano Lutay Beirão, que tem ocupado o noticiário dos países lusófonos desde 2015, quando foi preso, acusado de preparar um golpe contra José Eduardo dos Santos, presidente de Angola desde 1979.

À época, Beirão fez uma longa greve de fome. Ele lançará no Brasil "Sou Eu Então Mais Livre" (Tinta da China), escrito na cadeia, e "Kanguei no Maiki" (Demônio Negro).

CORRESPONDÊNCIA

Na programação da Casa Amado e Saramago, estará o lançamento de um livro com as cartas trocadas entre os dois, pela Companhia das Letras. Além de uma exposição de fotos sobre os dois amigos.

Por enquanto, os autores convidados do espaço são o português José Luís Peixoto e o angolano Ondjaki.

Para Pilar del Río, a casa é uma lembrança de uma amizade que passava não só pela literatura, mas pela política, mantida pela dupla ao longo de anos. E defende que é um diálogo que continua importante dentro da lusofonia.

"A fundação é a residência do pensamento do José. As editoras publicam livros para ganhar dinheiro, quem trabalha o pensamento de José Saramago é a fundação", diz.


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