Folha de S. Paulo


Sem querer, Presidência de Trump alavanca série 'American Gods'

Associated Press
This image released by Starz shows Ian McShane, left, and Cloris Leachman in a scene from,
Ian McShane e Cloris Leachman em cena de 'American Gods'

Não foi planejado, mas a chegada de Donald Trump à Presidência dos EUA e suas medidas contra a imigração —como erguer um muro para separar seu país do México— beneficiaram "American Gods", série baseada no livro "Deuses Americanos", de Neil Gaiman, que estreou no Brasil no serviço de streaming Amazon Prime Video na última segunda-feira (1º).

A atração acompanha Shadow Moon (interpretado por Ricky Whittle), um homem cuja mulher morre pouco antes de ele deixar a prisão. Sem rumo após a tragédia familiar, conhece Mr. Wednesday (Ian McShane), que o contrata como segurança.

Wednesday é a forma humana de Odin, deus da mitologia nórdica, e busca formar um exército de deuses antigos para combater novas divindades como Tecnologia e Mídia, criadas pela modernidade.

Por não serem mais cultuados, os deuses antigos perderam seus poderes e se misturaram à população. O espaço foi ocupado por novas figuras, os deuses americanos.

"A série é uma grande história sobre imigração e sobre como as pessoas vieram para a América e trouxeram seus deuses e como alguns deles floresceram e outros desapareceram", diz Whittle.

"Infelizmente, por causa do que está acontecendo no mundo e de Trump, tópicos como a imigração estão nas manchetes, então é bom para a série, porque a deixa bastante atual. Não vamos tomar nenhum lado. Não estamos respondendo as questões para o público, apenas levantando-as", afirma o ator.

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Além da imigração, a atração pretende tratar de temas polêmicos como porte de armas, drogas e sexo.

Gaiman teve participação no projeto. "Ele estava envolvido no roteiro, na escalação dos atores, na produção e praticamente tudo tinha seu selo de aprovação", diz Whittle.

Mas isso não quer dizer que não haja diferenças do livro para a série. Uma delas é um Shadow Moon mais curioso e participativo, diferentemente do livro, que tem monólogos internos. "As pessoas não estão muito a fim de assistir a um homem pensando toda semana", afirma o ator.


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