Folha de S. Paulo


Com acordo provisório, roteiristas de Hollywood evitam greve

Damian Dovarganes/Associated Press
FILE - In this Nov. 26, 2007 file photo, striking writers carry live sized photos of legendary actors, Marlon Brando, left, and James Dean to express their support to members of the Writers Guild of America (WGA), outside the Raleigh Studios in Los Angeles. On Monday, April 10, 2017, the Writers Guild of America will pick up negotiations again with the Alliance of Motion Pictures and Television Producers, which represents broadcast networks and movie studios, over a new contract. The WGA is moving to authorize a strike, but Hollywood is hoping to avoid a work stoppage like the 100-day strike of 2007. (AP Photo/Damian Dovarganes, File) ORG XMIT: NY107
Roteiristas de Hollywood durante greve em 2007

Roteiristas de Hollywood disseram ter chegado a um acordo provisório com representantes de estúdios de cinema e televisão para firmar um novo contrato nesta terça-feira (2), o que evitou uma greve que poderia ter paralisado a gravação de talk shows e novelas.

As partes acertaram cláusulas segundo as quais as temporadas de televisão serão mais curtas –um tema importante desde o advento dos serviços de streaming– e haverá um aumento de 15% nos royalties (conhecidos como residuais) de TV, de acordo com um memorando doSindicato dos Roteiristas da América (WGA, na sigla em inglês) aos profissionais da área publicado em seu site.

Os membros do sindicato como um todo irão receber US$ 130 milhões a mais durante a vigência do novo acordo, disseram os negociadores no memorando, sem especificar o período de tempo.

"Esse resultado e essa determinação são um testamento para vocês, sua coragem e sua fé em nós como seus representantes", escreveram. Os membros ainda têm que aprovar o pacto.

O sindicato de 9 mil integrantes havia dito estar preparado para convocar uma paralisação e piquetes nos grandes estúdios de cinema e televisão já no início desta terça-feira se nenhum acordo fosse firmado até a meia-noite de segunda-feira.

O foco das conversas foi a revolução da indústria televisiva desde a chegada de serviços de streaming como Netflix e Amazon e a diminuição resultante no número médio de episódios de uma temporada de comédia ou drama roteirizados - de 22 para cerca de 10.

O sindicato diz que seus membros, que são pagos por episódio, sofreram uma redução média de 23% na renda nos últimos três anos.

A entidade estava negociando com a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão, que representa as gigantes do entretenimento Comcast Corp, Walt Disney, CBS, Viacom, Time Warner Inc. e Twenty-First Century Fox Inc.

Se uma greve fosse convocada, o público veria o primeiro impacto nos talk shows de fim de noite, que usam equipes de roteiristas para criar piadas sobre temas atuais.

A última greve do WGA ocorreu em 2007/8 e durou 100 dias. As redes de TV exibiram reprises e mais reality shows, e o custo para a economia do Estado da Califórnia foi estimado em US$ 2,1 bilhões, de acordo com o Instituto Milken.


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