Folha de S. Paulo


Voz de Billie Holiday a fez superar vida de problemas

Milt Hinton/Divulgação
A cantora Billie Holiday em um estudio de gravacao, New York, NY, 1959 (essa imagem registra a última gravação da cantora que morreria no mesmo ano), em foto de Milt Hinton CREDITO: Milt Hinton/Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
A cantora Billie Holiday em um estudio de gravacao, New York, NY, 1959

Para muita gente a maior cantora do jazz, Billie Holiday (1915-1959) impressiona por ter exercido tanta influência numa carreira curta, de pouco mais de duas décadas.

Ela é destaque do sexto volume da Coleção Folha Lendas do Jazz, que chega às bancas no próximo domingo (23).

Difícil imaginar uma vida mais sofrida do que a da garota nascida Eleanora Fagan Gough. Filha de pais adolescentes, sofreu abusos sexuais por várias vezes e, aos dez anos, foi internada numa casa de correção para menores. Dois anos depois, saiu de lá para ser faxineira em prostíbulos e traficar drogas.

Sem nunca ter uma educação musical, aprendeu a cantar ouvindo Louis Armstrong e Bessie Smith. Foi uma das primeiras negras a cantar em orquestra de brancos, nos anos 1930. Brilhou nas orquestras de Duke Ellington, Count Basie e Artie Shaw, mas demorou a gravar um álbum sozinha.

Seus sucessos mais aclamados são "Strange Fruit" e "Lady Sings the Blues", essa de sua autoria e também título da autobiografia lançada em 1956, na verdade escrita pelo jornalista William Dufty.

Billie Holiday fez uma dúzia de discos, entre 1952 e 1959, quando morreu com cirrose. Apesar do estrelato musical, teve uma vida marcada por álcool, drogas, relacionamentos desastrosos e problemas financeiros. A grande voz do jazz morreu com saldo de 70 centavos no banco.


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