Folha de S. Paulo


Queda de audiência já era esperada, diz executivo da Simba

A queda na audiência de SBT, Record e RedeTV! após as três emissoras terem decidido deixar as principais operadoras de TV paga, como Net e Sky, já era esperada.

É o que diz Marco Gonçalves, executivo contratado pelos três canais para negociar com as TVs por assinatura.

"Nosso público, da Record, RedeTV! e SBT, é fiel e gosta de assistir aos programas dessas redes. A gente não está desconectando os nossos telespectadores. O sinal digital está disponível e pode ser pego no ar", diz o executivo da Simba, nome dado à joint venture das três emissoras.

"Então o que a gente acha que vai acontecer: nossos clientes vão continuar a assistir aos nossos programas. Em um curto prazo, de imediato, [a audiência] vai cair. Quem não estiver preparado [para pegar nosso sinal no digital] vai se preparar depois, caso a gente não chegue a um acordo com essas operadoras por assinaturas", afirma.

Na passagem da quarta (29) para quinta (30), no apagão do sinal analógico de TV em São Paulo, os três canais deixaram de ser exibidos pelas operadoras de TV paga por não terem chegado a um acordo com elas e perderam cerca de 25% da audiência com relação à semana anterior.

A Simba pede parte do que os assinantes pagam pelos pacotes das operadoras, enquanto a ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura) diz que não há condições de repassar o valor às redes neste momento.

Como resultado, os três canais só permaneceram nos pacotes de TV por assinatura da Vivo –porque as negociações com essa operadora estão mais avançadas. Há conversas com Net (além de claro e Embratel, do mesmo grupo) e com a Oi. Apenas a Sky não abriu negociações.

Segundo Gonçalves, o número menor no Ibope não impacta as emissoras neste momento. Ele afirma que a distribuição da verba publicitária na TV aberta não corresponde à audiência.

"A gente tem 36% da audiência e menos de 15% da receita [da publicidade]. A minha audiência não vai cair para 15%. Eu já não tenho essa receita. Em uma semana, duas semanas eu vou perder audiência, mas não vai mudar um centavo da minha receita", disse o executivo.

Na opinião de Gonçalves, as operadoras de TV por assinatura têm mais a perder com a saída, "porque as pessoas vão cancelar" seus planos sem os canais que constituem a Simba.

"Não faz sentido eu ter custo para produzir toda a minha programação e ter companhias, que lucram com ela e não pagam. É meu direito autoral. Não sou obrigado a dar nada de graça para ninguém", argumenta o executivo.


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