O cineasta mineiro João Batista de Andrade foi convidado a substituir Manoel Rangel na presidência da Ancine (Agência Nacional do Cinema), a partir de maio.
Andrade, que é o atual secretário-executivo do Ministério da Cultura, confirmou à Folha que o convite partiu do ministro da pasta, Roberto Freire, de quem é o braço direito.
O cineasta ainda precisa ser nomeado à diretoria e sabatinado pelo Senado antes de poder assumir o cargo.
Bruno Poletti/Folhapress | ||
O cineasta João Batista Andrade, em novembro de 2016, na cerimônia do Prêmio Jabuti |
À reportagem, Andrade diz que um de seus principais compromissos será modernizar a agência.
"Ela precisava ser desburocratizada, mergulhar mais na modernidade, estar a par dessas mudanças tecnológicas, e cuidar de democratizar o acesso", diz.
Segundo ele, seu trunfo é o diálogo que tem com o meio cinematográfico. "Quem me conhece sabe que sou aberto. Quero conversar com o setor."
Aos 77 anos, Andrade acumula mais de 50 anos de carreira no cinema. Seu filme mais famoso é "O Homem que Virou Suco" (1980), que trata de um poeta retirante (José Dumont) que chega a São Paulo e se envolve em encrenca na cidade.
O diretor será responsável por traçar as diretrizes para o audiovisual brasileiro, gerindo o Fundo Setorial do Audiovisual, cujo orçamento global anual está na casa do R$ 1 bilhão. Estão na pauta questões como a regulamentação dos serviços de vídeo sob demanda.
Politicamente, sua principal tarefa será unir o setor cinematográfico, que em grande parte tem se colocado contra o governo Temer.