Folha de S. Paulo


'O Grande Sucesso' vence Prêmio Shell; protestos marcam cerimônia

"O Grande Sucesso" venceu os troféus de melhor autor (Diego Fortes) e figurino (Karen Brusttolin) na 29ª edição do Prêmio Shell de Teatro de São Paulo

A cerimônia aconteceu na noite desta terça (21) e foi conduzida pelos atores Lavínia Pannunzio e Rubens Caribé.

Fúlvio Stefanini levou o prêmio de melhor ator por "O Pai" e Miriam Mehler o de melhor atriz por "Fora do Mundo". O troféu de direção foi para Felipe Hirsch, por "A Tragédia Latino-Americana".

O homenageado desta edição foi o ator Antonio Fagundes, que se disse feliz por não estar concorrendo, "porque com certeza eu iria perder", brincou. Cada vencedor leva R$ 8.000 de prêmio.

PROTESTOS

Ainda que poucos, protestos também marcaram a cerimônia.

Maria Barsanelli/Folhapress
Coletivo Bijari levanta cartaz com os dizeres
Coletivo Bijari com cartaz com os dizeres "fora, Temer" no 29º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo

Ao vencer o prêmio de melhor cenário por "Adeus Palhaços Mortos", o Coletivo Bijari levantou um cartaz com os dizeres "fora, Temer" e disse que estavam ali para dividir projetos e "indignações".

Hugo Possolo subiu ao palco como um dos representantes da SP Escola de Teatro, que venceu na categoria inovação, e disse que "hoje, nessa tendência mundial de retrocesso, estão querendo cercar a praça Roosevelt [no centro de São Paulo, onde fica a instituição e alguns teatros]. Não vão conseguir".

Em seu discurso, Felipe Hirsch, ganhador do troféu de melhor direção, disse que "a gente [artistas] tem sido tão linchado por esse governo, por essas pessoas que acreditam que a arte não serve para nada. Mas tem uma luz no fim desse túnel e a gente vai chegar lá".

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vencedores

AUTOR
Leonardo Cortez por "Sala dos Professores"
Rudinei Borges por "Dezuó, Breviário das Águas"
Diego Fortes por "O Grande Sucesso"
Vinicius Calderoni por "Os Arqueólogos"

DIREÇÃO
Felipe Hirsch por "A Tragédia Latino-Americana"
Marco Antônio Pâmio por "Playground"
Kiko Marques por "Sínthia"
Roberto Alvim por "Leite Derramado"

ATOR
Mateus Monteiro por "Playground"
Pedro Vieira por "Eu Tenho Tudo"
Fúlvio Stefanini por "O Pai"
Paulo Szot por "My Fair Lady"

ATRIZ
Miriam Mehler por "Fora do Mundo"
Regiane Alves por "Para Tão Longo Amor"
Denise Weinberg por "Sínthia"
Juliana Galdino por "Leite Derramado"

CENÁRIO
Daniela Thomas e Felipe Tassara por "A Tragédia Latino-Americana"
Telumi Hellen por "Dezuó, Breviário das Águas"
Beto Mainieri por "A Melancolia de Pandora"
Coletivo Bijari por "Adeus Palhaços Mortos"

FIGURINO
Gabriel Villela por "Rainhas do Orinoco"
Márcio Medina por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam"
Bia Pieratti e Carol Reissman por "Cabaré Fucô"
Karen Brusttolin por "O Grande Sucesso"

ILUMINAÇÃO
Aline Santini por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam"
Caetano Vilela por "As Benevolentes"
Domingos Quintiliano por "Leite Derramado"
Miló Martins por "Um Berço de Pedra"

MÚSICA
Arthur de Faria por "A Tragédia Latino-Americana"
Dr. Morris por "Cabras - Cabeças que Voam, Cabeças que Rolam"
Gilson Fukushima por "O Grande Sucesso"
Miguel Briamonte por "Forever Young"

INOVAÇÃO
Centro Cultural São Paulo — pelo estímulo à experimentação de novas formas cênicas, dramatúrgicas e de produção por meio do projeto "Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos".
SP Escola de Teatro — Centro de Formação das Artes do Palco, pela formação de profissionais nas áreas técnica e artística sob uma política pedagógica contemporânea.
Grupo Parlapatões — pela contínua atividade e manutenção de espetáculos em repertório em seu espaço, privilegiando a variedade de linguagens artísticas.

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O júri de São Paulo é composto por Carlos Eduardo Colabone, Evaristo Martins de Azevedo, Lucia Camargo, Luiz Amorim e Renata Melo.


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