Folha de S. Paulo


Babilônia é sede de 'O Rico e Lázaro', novo folhetim bíblico da Record

"O Rico e Lázaro", novela que estreia nesta segunda-feira (13), inicia uma nova fase nas tramas bíblicas da Record. Se desde "Os Dez Mandamentos" as atrações seguiam os personagens da religião, agora os protagonistas são fictícios, criados pela autora Paula Richard.

A novela fala sobre uma pequena passagem da Bíblia, a parábola na qual dois homens morrem no mesmo dia: um rico e ganancioso que vai para o inferno e outro pobre, mas humilde, cujo destino é o paraíso.

Cabe a Dudu Azevedo (Asher) e Igor Rickli (Zac) interpretarem esses dois homens, embora a Record ainda não tenha divulgado qual é o rico é qual é o lázaro.

A história acompanha esses dois amigos desde a infância para mostrar como as escolhas que fizeram ao longo da vida selaram seus destinos após a morte. O ponto central é a disputa pela mesma mulher, Joana (Milena Toscano).

"São personagens inventados, mas totalmente inspirados na Bíblia. O fato de sermos fictícios nos dá uma liberdade um pouco maior no aspecto criativo", diz Dudu Azevedo.

"É um passo adiante na Record. Apesar de ter a Bíblia como fonte, deixa de ser uma novela de segmento e passa a atingir um público que se interessa por esse tipo de estética, de narrativa", avalia o ator.

Mas não espere grandes mudanças com relação às outras tramas bíblicas da emissora. As semelhanças com "Os Dez Mandamentos" e "Terra Prometida" são muitas, a começar pelo enfoque no povo hebreu.

JARDINS

A história começa com a destruição de Jerusalém, momento no qual os hebreus acabam escravizados, agora pelos babilônios. Há também uma figura histórica conquistadora e poderosa com Nabucodonosor, diversos profetas (como Daniel e Jeremias, em posições centrais) e, claro, muitas lições bíblicas.

Quando a Record encomendou o projeto a Richard, a ideia era uma minissérie, até mesmo por a Bíblia não trazer muitos detalhes da parábola. O único pedido era que se passasse na Babilônia.

Assim, foi a autora quem mergulhou na história da civilização antiga e definiu que ela se passaria ao longo dos 70 anos entre a destruição de Jerusalém e o próprio fim da Babilônia. Segundo estudos da Bíblia, essas sete décadas foram um castigo de Deus ao povo hebreu por suas ações ruins.

Também foi o período do rei Nabucodonosor e dos Jardins Suspensos da Babilônia, considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo.

"Toda história é uma interpretação, não devemos nos prender a tudo o que está escrito", diz Heitor Martinez, que vive Nabucodonosor na trama. "Apesar de ser um personagem histórico, ele é passível de interpretação", afirma ele.

"Quando a Record viu que a história tinha potencial para ser uma coisa maior, perceberam que Babilônia ficaria muito cara para uma minissérie", declarou a autora.

Boa parte dos recursos da novela estão sendo usados pela produtora Casablanca para efeitos especiais, principalmente em cenas de guerras e na criação das cidades históricas.

Outro número grande da novela são os 97 atores escalados, incluindo nomes conhecidos como os irmãos Kayky e Sthefany Brito e Zécarlos Machado. Em comparação, "A Lei do Amor", atual folhetim das 21h da Globo, com cerca de metade dos papéis, foi criticada porque o elenco recheado confundia o telespectador e deixava atores conhecidos com personagens sem relevância.

"A Paula dividiu o bolo muito bem entre os 97. Todo mundo tem o seu dia de solo. Não tem aquela coisa de o ator ser escalado e não participar da história", afirmou Edgard Miranda, diretor-geral da novela.

O jornalista viajou a convite da Record.

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NA TV
O Rico e Lázaro
Quando seg. a sex., às 20h45, na Record, 12 anos


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