Folha de S. Paulo


Após polêmicas, 'MasterChef' estreia em busca de manter liderança na web

Está na hora de esquentar o forno, separar os ingredientes e conectar o celular na internet: a nova temporada do "MasterChef Brasil", reality gastronômico da Band e sucesso nas redes sociais, começa nesta terça-feira (7).

Ainda que os 21 novos participantes da atração não tenham sido divulgados, já se sabe que estarão no centro de variadas discussões na web, que terão seu desempenho e comportamento analisados por internautas e, em algum momento, virarão memes.

Tem sido assim desde que a Kantar Ibope passou a monitorar a audiência dos programas no Twitter, em junho de 2016. A medição leva em conta quantas vezes cada tuíte sobre o programa foi visto por internautas. São as "impressões".

Desde que essa medição passou a ser feita, a Band terminou de exibir o terceiro "MasterChef" para amadores e levou ao ar a versão "Profissionais". Somando as duas temporadas, liderou o ranking semanal de "impressões" em 17 das 23 semanas entre todas as transmissões de TV (exceção: as esportivas não são contabilizadas).

Mas, se mensagens sobre ovos, sorvete e vieiras dominaram a terceira edição amadora, na "Profissionais", exibida entre outubro e dezembro de 2016, foram as polêmicas —como machismo e desacato a jurados— que tomaram conta dos assuntos da web.

Assim, será que a gastronomia foi para segundo plano? "De jeito nenhum", diz a chef Paola Carosella, jurada do programa.

"Esse programa é sobre gastronomia. As polêmicas acontecem porque é um espelho do que a sociedade fala. O que se passa aqui é uma pequena amostra do que acontece nas escolas, nas esquinas, nos parques."

Segundo a apresentadora Ana Paula Padrão, diversos fatores contribuem para o sucesso do "MasterChef" na web. "Penso nisso desde a primeira temporada", diz.

"Tenho 30 anos de TV e até hoje não sei o que é preciso para ter sucesso. Tem um monte de coisas que explicam, como um elenco bacana e entrosado em um formato já testado em outros lugares e que funciona, mas tem um segredo que a gente não sabe dizer qual é", afirma ela.

PERSONAGENS

Ainda que o debate social tenha tomado conta do "MasterChef" —além do machismo, já houve conflito entre ricos e pobres, e a versão "Júnior" se viu em meio à discussão sobre pedofilia—, a Band diz que o critério para formar o elenco de cozinheiros é o talento.

"Seria muito fácil termos alguns personagens. Mas é um programa sobre comida", diz Ana Paula Padrão.

POLÊMICAS DO MASTERCHEF - Comentários na web aumentam quando há bate-bocas

O casting é longo e ocorre, na maior parte do tempo, longe do estúdio. Primeiro, especialistas em gastronomia analisam as milhares de fichas de inscrição e chamam cerca de 500 pessoas para avaliação.

"Basicamente cozinham na frente de uma câmera, e o especialista pergunta, por exemplo, por que a pessoa escolheu tal ingrediente e onde aprendeu a técnica. Eles dão notas, e só quem tiver as mais altas continua", explica.

Aí começa a parte exibida na TV, quando 75 amadores preparam pratos para os jurados —é o primeiro contato com Erick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella.

Depois entra uma das surpresas desta edição: os 40 que sobrarem serão divididos em duplas ou quartetos e terão que cozinhar o mesmo alimento. Os 21 melhores entram na disputa semanal.

"Gostei muito da novidade", diz Carosella. "Vai ser mais emocionante para quem assiste. E talvez mais fácil de avaliar." A outra mudança é o prêmio ter subido de R$ 150 mil para R$ 200 mil.

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NA TV
"MasterChef Brasil"
QUANDO terças, 22h30, Band
CLASSIFICAÇÃO 12 anos


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