A política americana deve ser um dos temas presentes na cerimônia do Oscar, neste domingo (26) – durante os intervalos comerciais da transmissão dos EUA, com certeza.
O jornal "The New York Times" comprou um espaço publicitário de 30 segundos no qual apresentará um vídeo com críticas ao governo de Donald Trump. Entre elas, diz que os "fatos alternativos" são mentiras e que a proibição de pessoas de sete países entrarem nos EUA, que havia sido colocada em prática no fim de janeiro, na verdade, é um banimento dos muçulmanos.
Chamada de "The Truth Is Hard" ("A verdade é dura", em inglês), a peça do "NYT" diz que, com a quantidade enorme de informações disponíveis, é difícil diferenciar o que é real do que não é. Daí a necessidade de haver os jornais.
"A verdade é que nossa nação está mais dividida que nunca", afirma a propaganda. "A verdade é dura. A verdade é difícil de achar. É difícil saber qual é a verdade. A verdade é mais importante do que nunca", completa.
Pelo Twitter, Trump criticou a propaganda. "Pela primeira vez, o decadente 'New York Times' terá uma publicidade (e uma muito ruim) para tentar salvar sua reputação. Devia tentar noticiar de forma precisa e justa", escreveu.
No YouTube, a propaganda está disponível desde quinta (23)
Nos últimos dias, Trump declarou uma guerra parcial à imprensa. Na sexta (24), pelo menos quatro veículos –CNN, "New York Times", "Los Angeles Times" e o site Politico– foram barrados na entrevista coletiva diária dada pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer.
Também na sexta, o presidente repetiu em um discurso que a imprensa é "inimiga do povo americano" e defendeu o fim do anonimato de fontes jornalísticas.
Neste sábado (25) o presidente anunciou que neste ano não vai participar do jantar dos correspondentes da Casa Branca. O jantar, um evento de gala, reúne anualmente políticos, jornalistas e celebridades.