Folha de S. Paulo


Atriz coadjuvante: Com mais negras, categoria resume tom de 2017

Única categoria com mais negras que brancas indicadas, a de atriz coadjuvante dá o tom do Oscar 2016: diversidade.

Ou, pelo menos, diversidade em relação aos anos anteriores, dominados pela hashtag #Oscarssowhite, porque a falta de latinos e asiáticos também já é notada.

Divulgação
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Viola Davis ao lado de Denzel Washington, que coprotagoniza e dirige 'Um Limite Entre Nós'

Viola Davis, por "Um Limite Entre Nós"
A favorita na categoria repete no cinema o papel que fez na Broadway no drama dirigido e protagonizado por Denzel Washington. A atriz, 51, já ganhou um Tony, o Oscar do teatro, pelo mesmo papel em 2010, quando estava em cartaz em Nova York. E venceu o Globo de Ouro deste ano. Viola David tem mais de 20 anos de carreira e já foi indicada a dois Oscar anteriores, por "The Help" (2012) e "Doubt" (2009). Só falta ganhar um.

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Divulgação
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A atriz inglesa Naomie Harris faz a mãe do protagonista de "Moonlight", filme indicado a oito Oscar

Naomie Harris, por "Moonlight - Sob a Luz do Luar"
A atriz inglesa, 40, vive uma mulher solteira e viciada em crack, mãe relapsa do garoto de um bairro barra-pesada de Miami, um negro homossexual que luta para encontrar seu lugar no mundo. O filme tem ainda Mahershala Ali, favorito ao prêmio de melhor ator coadjuvante, como um traficante que vira um figura paterna do garoto, e a cantora Janelle Monáe como uma tia postiça do menino. Naomi Harris faz tão bem o papel de uma mulher decadente que é quase impossível acreditar que ela foi a bond girl Moneypenny de "007 Contra Spectre" (2015).

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Mark Rogers/Divulgação
In this image released by The Weinstein Company, Nicole Kidman and Sunny Pawar appear in a scene from
Nicole Kidman faz Sue, australiana que adota na Índia o menino perdido Saroo (Sunny Pawar)

Nicole Kidman, por "Lion - Uma Jornada para Casa"
Como uma australiana mãe adotiva de dois garotos indianos, Nicole Kidman, 49, está quase reprisando sua própria vida no drama "Lion". Ela também é australiana e tem dois filhos adotivos (do casamento com Tom Cruise), e conhece de perto a mistura de medo e curiosidade em relação aos pais biológicos dos filhos adotivos. No longa, um de seus filhos decide que precisa encontrar sua família de origem, e sai em busca de uma cidade indiana cujo nome ele desconhece. Nicole consegue dar dignidade e verdade à personagem, que fica no bastidor da trama. Mas esse não deve ser o ano da atriz, que já ganhou o Oscar em 2002 por "As Horas".

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Divulgação
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Michelle Williams é Randi, ex-mulher de Lee (Casey Affleck), no drama 'Manchester à Beira-Mar'

Michelle Williams, por "Manchester à Beira-Mar"
Apesar de ter poucas cenas no drama "Manchester à Beira-Mar", Michelle Williams, 36 consegue mostrar toda sua força como intérprete. Especialmente num encontro casual entre sua personagem, Randi, e o protagonista, Lee, seu ex-marido (Casey Affleck, favorito ao prêmio de melhor ator). Os dois foram um casal que passou por uma tragédia que ela conseguiu superar, mas ele não. O diálogo que os dois têm no meio da rua é das cenas mais marcantes do longa, dirigido por Kenneth Lonergan ("Conte Comigo", 2000).

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Hopper Stone/Divulgação
Octavia Spencer faz Dorothy Vaughan, que luta por ser supervisora da Nasa em 'Estrelas Além do Tempo'

Octavia Spencer, por "Estrelas Além do Tempo"
A vencedora da mesma categoria em 2011 por "The Help" (filme que também deu uma indicação a Viola Davis) nunca tinha ouvido falar de sua personagem quando foi convidada a fazer o longa "Estrelas Além do Tempo". Ficou espantada quando soube que havia três mulheres negras que foram essenciais para que os americanos da Nasa vencessem a corrida ao espaço nos anos 1960, e que não constavam dos livros de história. Seus olhares dão o tom de sua performance –com uma virada de olho Octavia, 46, consegue transmitir quase tanto quanto com as frases ótimas de sua personagem, Dorothy Vaughan.

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Veja a lista das outras categorias comentadas por profissionais, críticos e colaboradores da Folha.

Melhor filme, por Inácio Araujo
Melhor diretor, por Sergio Alpendre
Melhor animação, por Sandro Macedo
Melhor documentário, por Aline Pellegrini
Melhor documentário de curta-metragem, por Lívia Sampaio
Melhor roteiro original, por Francesca Angiolillo
Melhor roteiro adaptado, por Francesca Angiolillo
Melhor ator, por Guilherme Genestreti
Melhor atriz, por Teté Ribeiro
Melhor ator coadjuvante, por Guilherme Genestreti
Melhor fotografia, por Daigo Oliva
Melhor montagem, por Matheus Magenta
Melhor direção de arte, por Guilherme Genestreti
Melhor trilha sonora, por Alex Kidd
Melhor canção original, por Giuliana Vallone
Melhor figurino, por Pedro Diniz
Melhor maquiagem e penteado, por Anna Virginia Balloussier


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