Folha de S. Paulo


Atriz: Recordista de indicações, Meryl Streep não deve levar neste ano

A corrida pelo prêmio de melhor atriz já bateu um recorde: o de maior número de indicações para uma intérprete, no caso Meryl Streep, que chega à sua 20ª indicação (a recordista anterior era ela mesma). Mas a favorita é Emma Stone, em sua segunda indicação (a primeira foi por "Birdman", como atriz coadjuvante).

Dale Robinette/Divulgação
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Emma Stone, a Mia de 'La La Land', tenta pela segunda vez um Oscar, agora como atriz principal

Emma Stone, por "La La Land - Cantando Estações"

Desde que começou a ser notada por Hollywood, com sua performance na comédia "Superbad", lá se vão dez anos. Mas mesmo uma década de cinema na maior indústria do mundo não tirou de Emma Stone, 28, a lembrança de todas as rejeições que sofreu no começo da carreira, para interpretar uma atriz iniciante no musical "La La Land". Ela também dança e canta, coreografias e canções simples, que não exigem muito preparo, mas faz as duas coisas com leveza e carisma.

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Divulgação
A atriz Natalie Portman em cena de 'Jackie', um dos filmes que disputam o Leão de Ouro no festival
Natalie Portman em cena como a primeira-dama Jacqueline Kennedy no filme do chileno Pablo Larraín

Natalie Portman, por "Jackie"

A atriz israelense, 35, interpretou com intensidade a primeira-dama Jacqueline Kennedy no longa "Jackie", que retrata o período entre o assassinato de seu marido, o então presidente Jack Kennedy, e o enterro. São dias tristes e confusos, assim como solitários e atribulados, cheio de decisões difíceis. Natalie baseou sua performance em entrevistas dadas pela primeira-dama, mas deixou sua imaginação preencher as lacunas, já que Jackie costumava editar suas próprias entrevistas. Não é um trabalho de imitação, e sim de criação. Resultou algo afetado, mas poderoso.

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170124) -- LOS ANGELES, enero 24, 2017 (Xinhua) -- Fotograma de la cinta
Meryl Streep vive a pretensa cantora Florence Foster Jenkins; excelente, ela tenta Oscar pela 20ª vez

Meryl Streep, por "Florence: Quem É Essa Mulher?"

Não chega a ser uma surpresa o fato de Meryl Streep, 67, poder levar seu quarto Oscar pela interpretação de Florence Foster Jenkins, no divertido filme de mesmo nome. Ela está sempre bem, mas especialmente neste longa, em que vive a história real de uma milionária excêntrica apaixonada por música e vaidosa ao ponto de acreditar que pode ser uma cantora, mesmo sem afinação nenhuma. Faz aulas, contrata um pianista e, tendo seu estranho marido como empresário, faz shows e participa de apresentações. Os momentos em que canta desafinada são uma maravilha cômica.

Ben Rothstein/Divulgação
Legenda:This image released by Focus Features shows Ruth Negga in a scene from
Ruth Negga vive Mildred, uma mulher negra casada com um branco nos EUA segregados dos anos 60

Ruth Negga, por "Loving"

Filha de irlandês com etíope, a atriz Ruth Negga, 35, interpreta com força e delicadeza Mildred Loving no drama "Loving", que conta a história verdadeira de um casal interracial nos anos 1960, em plena era da luta pelos direitos civis, que teve que ir até a Suprema Corte norte-americana para garantir que podia continuar casado. Baseado no documentário "The Loving Story", de 2011, o longa virou um dos queridinhos do ano, já que o Oscar 2016 pretende corrigir a falha dos dois anos anteriores, em que todos os atores e atrizes indicados para as principais categorias eram brancos.

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Isabelle Huppert como Michèle em cena de 'Elle
Veterana, Isabelle Huppert concorre ao Oscar pela primeira vez como Michèle, de 'Elle'

Isabelle Huppert, por "Elle"

Apesar de ser um nome forte do cinema europeu e já ter mais de cem longas-metragens em sua carreira, a parisiense de 63 anos é indicada a um Oscar pela primeira vez. Sua interpretação poderosa no drama esquisitão "Elle", de Paul Verhoeven, não poderia passar despercebida. Ele é Michèle, uma executiva que esconde seu passado, já que é filha de um assassino serial preso, e sofre um estupro na primeira cena. Isabelle Huppert interpreta Michèle como uma mulher forte e nada convencional sem perder um milímetro de verdade nas reações inesperadas da personagem.

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Veja a lista das outras categorias comentadas por profissionais, críticos e colaboradores da Folha.

Melhor filme, por Inácio Araujo
Melhor diretor, por Sergio Alpendre
Melhor filme estrangeiro, por Cássio Starling Carlos
Melhor animação, por Sandro Macedo
Melhor documentário, por Aline Pellegrini
Melhor documentário de curta-metragem, por Lívia Sampaio
Melhor roteiro original, por Francesca Angiolillo
Melhor roteiro adaptado, por Francesca Angiolillo
Melhor ator, por Guilherme Genestreti
Melhor ator coadjuvante, por Guilherme Genestreti
Melhor atriz coadjuvante, por Teté Ribeiro
Melhor fotografia, por Daigo Oliva
Melhor montagem, por Matheus Magenta
Melhor direção de arte, por Guilherme Genestreti
Melhor trilha sonora, por Alex Kidd
Melhor canção original, por Giuliana Vallone
Melhor figurino, por Pedro Diniz
Melhor maquiagem e penteado, por Anna Virginia Balloussier


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