Folha de S. Paulo


Músicos da Banda Sinfônica do Estado de SP são demitidos nesta quinta

Diro Blasco/Folhapress
Maestro Marcos Sadao Shirakawa rege a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo no Auditório do Masp
Maestro Marcos Sadao Shirakawa rege a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo no Auditório do Masp

A Banda Sinfônica do Estado de São Paulo sofreu o temido desmonte que previa desde dezembro de 2016, quando cortes no orçamento foram anunciados. Ao todo, 64 integrantes do grupo foram demitidos na manhã desta quinta-feira (9).

Apenas o maestro Marcos Sadao Shirakawa foi mantido até o momento, tendo em vista a condução dos concertos que a banda deve realizar no interior do Estado, com músicos contratados pontualmente.

Os integrantes do grupo aguardavam nesta manhã a demissão coletiva agendada para as 9h30 no Teatro Caetano de Campos, no bairro da Aclimação, onde costumavam ensaiar.

Na terça (7), eles realizaram uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), na qual foi assinada uma moção que propõe o cumprimento do acordo parlamentar que garantiria o repasse de R$ 5 milhões para a manutenção do grupo.

Os músicos também entregaram uma carta ao Instituto Pensarte, organização social gestora, e à Secretaria de Cultura com uma proposta de redução de salário e jornada.

ENTENDA

A expectativa pelo desmonte da Banda Sinfônica mobiliza seus integrantes desde dezembro de 2016, quando foram avisados de um novo corte no orçamento dedicado à manutenção do grupo e das orquestras Jazz Sinfônica e do Theatro São Pedro, geridas pela mesma OS.

De acordo com um abaixo-assinado feito na época, a banda e as orquestras sofreram cortes de 20% da verba desde 2015. A redução já teria implicado, anteriormente, a demissão de ao menos 17 músicos da Banda Sinfônica do Estado, cinco músicos da Jazz Sinfônica, que também teria tido outras 12 vagas fechadas, além de profissionais das equipes de apoio.

No mesmo mês, após lobby da Banda Sinfônica, a Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, durante votação do orçamento de 2017 do governo Geraldo Alckmin (PSDB), uma emenda que garantiu o repasse adicional de R$ 5 milhões à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo.

Como a Folha antecipou na época da aprovação, a secretaria não tinha a obrigação legal de repassar essa verba ao grupo, ainda que ela tenha sido conquistada em consequência da pressão dos músicos.

Segundo comunicou a Secretaria da Cultura, a verba foi contingenciada por meio de decreto publicado em 6 de janeiro deste ano.

O contrato do Pensarte vai até abril, e o governo fez uma convocação pública para contratar a organização social que substituirá o instituto. O documento, publicado no "Diário Oficial" do dia 25 de janeiro, pede para que os candidatos enviem propostas para os grupos do governo, como a Jazz Sinfônica e a Orthesp, mas a Banda Sinfônica não é citada na lista.

A banda também ficou de fora da comemoração do aniversário de São Paulo no início deste ano pela primeira vez em seus 27 anos de existência.


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