Folha de S. Paulo


Diego Luna e Maggie Gyllenhaal criticam Trump no Festival de Berlim

Tobias Schwarz/AFP
 Member of the jury, US actress Maggie Gyllenhaal attends a press conference of the Berlinale jury at the start of the Berlinale film festival in Berlin on February 9, 2017. The Berlin film festival, one of Europe's top cinema showcases, runs from February 9 to 19, 2017, bringing a parade of stars to its famed red carpet. / AFP PHOTO / Tobias SCHWARZ
Maggie Gyllenhaal, integrante do júri, na conferência de abertura do Festival de Berlim

A mais politizada entre as grandes mostras de cinema, o Festival de Berlim começou nesta quinta (9) com recados ao recém-eleito presidente americano, Donald Trump.

O primeiro safanão partiu do ator e diretor mexicano Diego Luna ("Rogue One: Uma História Star Wars"), que faz parte do júri internacional que premiará os melhores filmes da competição.

"Estou aqui para investigar como derrubar muros", disse Luna, em referência à tão propalada construção de uma muralha na fronteira entre os Estados Unidos e o México, defendida por Trump. "E quero trazer essa informação ao meu país", completou.

Tobias Schwarz/AFP
 Member of the jury, Mexican director Diego Luna attends a press conference of the Berlinale jury at the start of the Berlinale film festival in Berlin on February 9, 2017. The Berlin film festival, one of Europe's top cinema showcases, runs from February 9 to 19, 2017, bringing a parade of stars to its famed red carpet. / AFP PHOTO / Tobias SCHWARZ
O mexicano Diego Luna, integrante do júri, na conferência de abertura do Festival de Berlim

"E aos Estados Unidos também", complementou a atriz americana Maggie Gyllenhaal ("Batman: O Cavaleiro das Trevas"). "Quero que o mundo saiba que há muitos no meu país que estão prontos para resistir", disse ela.

Luna brincou que vê uma única coisa positiva na eleição de Trump: "Deve haver uma reação a isso e eu quero participar dela".

O júri é presidido pelo cineasta holandês Paul Verhoeven, que se esquivou de comentar política, apesar do perfil engajado da mostra alemã.

"Estamos aqui para observar a qualidade dos filmes, e não a mensagem política deles. Espero ver diversidade, entusiasmo, ira e, talvez, filmes controversos", disse o diretor, que no ano passado lançou o polêmico "Elle".

O Festival de Berlim vai até o próximo dia 19, com 18 títulos competindo pelo Urso de Ouro, entre eles o brasileiro "Joaquim", de Marcelo Gomes.

Um jornalista russo, nitidamente irritado, perguntou a respeito da ausência de filmes de seu país na competição: "É preconceito?".

Verhoeven brincou: "O que tenho a dizer é que gosto de Eisenstein", afirmou em referência ao expoente do cinema soviético.

O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Berlim


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