Folha de S. Paulo


Angelina Jolie critica decreto de Trump e pede que EUA mostrem compaixão

Angelina Jolie falou nesta quinta-feira (2) sobre o decreto do presidente Donald Trump que impede a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana nos EUA. A atriz e ativista disse que tal medida atinge refugiados vulneráveis e pode alimentar o extremismo.

Sem mencionar Trump diretamente, Angelina afirmou em um artigo publicado no jornal "New York Times" que discriminar com base na religião é "brincar com fogo".

Jolie acrescentou que, como mãe de seis filhos acredita na necessidade de segurança para a nação, mas disse que decisões deveriam ser "baseadas em fatos, não no medo".

"Quero saber se as crianças refugiadas que se qualificam para receber asilo sempre terão uma chance de postular seu caso a uma América compassiva", escreveu.

A atriz também indagou se seria possível "cuidar de nossa segurança sem rotular cidadãos de outros países como uma ameaça", em virtude de geografia ou religião, ao visitar os Estados Unidos.

O decreto de Trump barra por 90 dias a entrada de cidadãos de Síria, Iraque, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen nos EUA. A admissão de refugiados foi suspensa por 120 dias, e os refugiados sírios foram proibidos indefinidamente.

A medida não causou consternação somente nas nações envolvidas, mas em outros países majoritariamente muçulmanos e em aliados como Alemanha e Reino Unido.

As celebridades de Hollywood também têm usado os holofotes para repudiar a ordem do presidente.

Vencedora do Oscar honorário por seu trabalho humanitário, Jolie visitou em 2016 campos de refugiados no Líbano e na Grécia, onde conheceu famílias que fugiam de guerras no Oriente Médio.

A artista alertou que "ao insinuar que os muçulmanos são menos merecedores de proteção, alimentamos o extremismo no exterior".


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