Folha de S. Paulo


Um dos pioneiros da arte cinética, Sérvulo Esmeraldo morre aos 87

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 O artista plástico Sérvulo Esmeraldo LEGENDA DO JORNAL O artista retratado em seu ateliê em Paris nos anos 1970
O artista plástico Sérvulo Esmeraldo em seu ateliê em Paris nos anos 1970

Um dos pioneiros da arte cinética e autor de obras de geometria e luminosidade singulares, Sérvulo Esmeraldo morreu nesta quarta (1º), aos 87, em Fortaleza. Ele havia sofrido um acidente vascular cerebral e estava internado havia quase duas semanas.

Esmeraldo iniciou sua carreira como ilustrador no jornal "Correio Paulistano", em São Paulo, mas foi morar em Paris na década de 1960, onde teve contato com artistas como o argentino Julio Le Parc e o venezuelano Jesús Rafael Soto, que então davam os primeiros passos na chamada arte cinética, obras calcadas na ilusão do movimento ou com detalhes que de fato se mexem, caso de algumas de suas obras.

Sua série mais célebre, os "Excitáveis", foi criada ainda em seus anos parisienses. Era formada por quadros com pequenas peças de acrílico, que se moviam em contato com a eletricidade estática das mãos do espectador.

Em paralelo, o artista se engajou na luta contra a ditadura no Brasil, tendo atuado no grupo de resistência América Latina Não Oficial, que ajudava refugiados do regime militar.

Sua última mostra em São Paulo foi há dois anos na galeria Raquel Arnaud, onde mostrou novas peças metálicas criadas a partir de projetos de obras criados ao longo das últimas décadas.

Em Fortaleza, o cearense nascido no Crato, no interior do Estado, também chegou a criar grandes esculturas públicas, como o Monumento ao Saneamento da Cidade de Fortaleza. Seu corpo será velado nesta quinta (2), no Palácio da Abolição, sede do governo do Ceará.

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Desenho sem título de Sérvulo Esmeraldo (1959, 12x9), em cartaz no Instituto de Arte Contemporânea até 6 de dezembro
Desenho sem título de Sérvulo Esmeraldo (1959, 12x9)

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