Folha de S. Paulo


'Universo cinemático' da Marvel contamina franquias de Hollywood

Além da safra de ficções científicas, o espaço também inspira o principal lançamento do ano da Marvel, "Guardiões da Galáxia 2", continuação do filme que foi o mais visto no ano de 2014.

Não é bem uma ficção científica; é mais um típico filme de super-heróis, só que voltado para público mais adulto, como "Deadpool".

"Guardiões" é o mais vistoso entre os lançamentos que a gigante dos quadrinhos (e do cinema) pretende desovar em 2017.

Com ele vêm "Thor 3: Ragnarok", a trilogia sobre o deus nórdico, e "Homem-Aranha: De Volta ao Lar", terceira franquia do aracnídeo em menos de 15 anos.

No ano passado, três filmes da Marvel estiveram no ranking das dez maiores bilheterias, confirmando a aposta da empresa no apelo do que ela chama de "universo cinemático".a ideia de um ambiente compartilhado de personagens, tramas e universos, que pipocam em filmes diferentes.

É como se se tratasse de uma enorme franquia, só que estruturada como teia de aranha –no centro da qual está a figura de Kevin Feige, o executivo de 43 anos que idealizou o esquema.

Um exemplo: o Homem de Ferro tem sua própria série de filmes, mas também aparece eventualmente nos longas do Capitão América e assim vai.

É uma aposta conservadora: para um mercado custoso como o do cinema, é mais garantido apostar nos personagens a que o público já está familiarizado e em um universo do qual podem sair um sem número de filmes derivados.

SPIN OFFS

A estratégia da Marvel contaminou Hollywood. A Disney percebeu que tinha em mãos um universo querido do público e igualmente inesgotável, o de "Star Wars", e deu sinal verde para os chamados "spin offs", filmes que não seguem as trilogias, mas que bebem da mesma fonte, como o recém-lançado "Rogue One" e o projeto já anunciado com o personagem Han Solo.

O ano passado também trouxe de volta um gostinho de Hogwarts, com "Animais Fantásticos e Onde Habitam", derivado de "Harry Potter".

E agora, é a Universal que aposta suas fichas no próprio universo. Os estúdios foram buscar no fundo do baú seus monstros clássicos e promete entupir os cinemas com Drácula, Frankenstein etc.

O primeiro desses chega neste ano: "A Múmia", protagonizado por Tom Cruise.

Mas a dica está no nome do personagem que Russell Crowe interpretará no filme: Dr. Henry Jekyll, um sinal de que o célebre médico (e monstro) deve voltar. E quem sabe também para encontrar vampiros, lobisomens e afins.


Endereço da página:

Links no texto: