Folha de S. Paulo


Crítica

Sidney Magal caricato e piadas ruins afogam produção nacional

Quando sobem os letreiros, ao fim da da comédia musical "Magal e os Formigas", a pergunta que se impõe é: para que serve um filme assim?

A produção conta a história de João (Norival Rizzo), um aposentado que tenta afugentar a angústia inventando bugigangas no quintal e jogando na loteria.

Em meio ao cotidiano modorrento, o homem passa a conviver com uma espécie de espírito do cantor Sidney Magal, cuja missão é deixar mais leve a vidinha de João.

O dia a dia do aposentado, de fato, ganha novos ares, mas é difícil crer que a descontração que toma conta do personagem possa envolver também o público.

O filme insiste em buscar graça nos comentários de um amigo cego de João. O problema não é flertar com o politicamente incorreto, é mais simples: as piadas são ruins.

Mas talvez o longa só queira agradar aos fãs de Magal, o que é legítimo.

Magal não é mau ator, mas, neste novo filme, ele surge como caricatura de si mesmo.

A fatia musical da comédia se baseia na repetição de "Sandra Rosa Madalena" e "Meu Sangue Ferve por Você" como em um efeito de looping. Para ver Magal rebolar e cantar seus sucessos, o YouTube é mais rápido e bem mais barato.

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MAGAL E OS FORMIGAS
DIREÇÃO Newton Cannito e Michael Ruman
ELENCO Sidney Magal, Norival Rizzo, Zécarlos Machado, Mel Lisboa
PRODUÇÃO: Brasil, 2016, 12 anos


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