Folha de S. Paulo


Futuro secretário diz que Interlagos não foi primeira opção para a Virada

"Interlagos não foi o plano 'A'. Foi o 'C' ou 'D', porque o Pacaembu e o Ibirapuera não eram possíveis." André Sturm, futuro secretário municipal da Cultura nomeado pelo prefeito eleito João Doria, quase descarta a ideia de levar os grandes shows da Virada Cultural para o autódromo e disse, em entrevista coletiva, que o evento continuará no centro, com duração de 24 horas, mas sem os "grandes palcos".

Incomodado, tentando minimizar o desgaste causado pelo anúncio de confinar a Virada em Interlagos, Sturm disse que o plano não tem a ver com "murar" o evento, mas concentrar num só lugar os palcos que atraem multidões, já que grandes shows no centro "desvirtuam" a ideia do festival, que é fazer com que as pessoas circulem por ali.

Ele também afirmou que, caso a lotação máxima de Interlagos não passe mesmo de 80 mil pessoas, que é o público de festivais como o Lollapalooza, por exemplo, o autódromo será descartado como opção para receber os shows.

Bruno Poletti/Folhapress
André Sturm, atual diretor do MIS e futuro secretário municipal da Cultura
André Sturm, atual diretor do MIS e futuro secretário municipal da Cultura

Não há ainda, no entanto, uma alternativa a Interlagos.

"A Virada será no centro da cidade, terá 24 horas, terá uma programação diversificada, terá nomes conhecidos, nomes desconhecidos, nomes cults, nomes pops", disse Sturm. "O evento permanece no centro e será mais descentralizado do que ele já foi."

Questionado sobre o projeto de lei do vereador Andrea Matarazzo, aprovado em primeira votação na Câmara e que preserva as características da Virada tal qual ela vem sendo realizada até o momento, Sturm disse que a proposta é "ótima" e que sua gestão não vai descaracterizar o evento.

"Tudo que está na lei é o que vamos fazer", disse. "Só garanto que não haverá grandes palcos no centro."

Sturm disse ainda que, mesmo com patrocínios privados, a Virada Cultural não mudará de nome nem será "um desfile de Carnaval de marcas". Entre as ideias para formar a programação está abrir uma espécie de edital e escolher a partir das propostas metade do que será realizado. Ele também propôs levar musicais ao Municipal.


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