Folha de S. Paulo


Festival de música experimental abre mais espaço para mulheres

Na sexta edição do festival de música experimental carioca Novas Frequências, a programação contemplou uma paisagem sonora eclética e inclusiva, com noise rock e sintetizadores embalados com girl power.

"Não nos importamos muito com gêneros musicais, mas por algum motivo somos rotulados como um festival de música eletrônica", diz o curador Chico Dub. No evento, que vai até quinta (8), já houve encontros sonoros improváveis, como a "supernoiseband" composta pelos cariocas Tantão, God Pussy e Lê Almeida.

No último domingo (4), enquanto Tantão improvisava um beatbox em cima dos ruídos estridentes criados por Pussy, Lê Almeida dava pancadas tão fortes no bumbo da bateria que em certos momentos não havia dúvidas de que o Galpão Gamboa, no centro do Rio, iria abaixo.

Não foi. Na sequência, as garotas do Rakta arrebataram o espaço com uma combinação crua, hipnótica e original de punk rock e sintetizadores.

O trio criado em São Paulo e formado por Paula Rebellato (synths e voz), Natha Viccari (bateria) e Carla Boregas (baixo), liderou uma tendência do festival em garimpar mais nomes femininos na cena experimental. Na edição do ano passado, dez mulheres compuseram o line-up; em 2016, o número subiu para 14.

"Quando aparece uma banda feita só por mulheres fazendo um som mais raivoso, as pessoas ficam chocadas". "Quem é pra ter mais raiva é a mulher não é mesmo?", afirma Leandra Lambert, do coletivo feminino Dissonantes, que se apresentou com o Rakta.

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NOVAS FREQUÊNCIAS
quando até 8/12
onde Oi Futuro Ipanema e Fosfobox
Quanto R$ 30, em www.novasfrequencias.com
Classificação livre ou 18 anos (festas)


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