Folha de S. Paulo


Em cartaz em Nova York, exposição repassa trajetória dos Rolling Stones

Garotas, comida e roupas. Pessoas intolerantes e ter o cabelo cortado. Era disso que Mick Jagger dizia gostar e não gostar, respectivamente, no dia 26 de julho de 1963. Está lá, escrito à mão, com uma caneta azul, num questionário feito por fãs.

Já Keith Richards curtia "boa comida e boa roupa", além de guitarras e garotas. E não gostava de pijamas listrados e de "esnobes".

Outros garranchos dos roqueiros também têm lugar em "Exhibitionism" (Exibicionismo), exposição sobre os Rolling Stones que acaba de ser inaugurada em Nova York.

A mostra, que já havia passado por Londres, fica em cartaz até março no espaço Industria, no West Village. Um aviso necessário: custa caro (US$ 40/ R$ 138), mas vale o investimento.

Em nove salas temáticas, os 54 anos de carreira da banda são repassados com instrumentos, fotos, roupas etc.

Está lá, por exemplo, a reprodução do apartamento da rua Edith Grove, em Londres, onde Brian Jones, Jagger e Richards viveram em 1962 e 1963 –mais tarde Charlie Watts se juntaria a eles. O visitante passa ouvindo os ex-moradores contarem histórias do local.

Uma das salas se dedica à relação dos Stones com as artes visuais, mostrando como cada capa de disco, cada cenário de turnê foi pensado por eles ao lado de artistas como Andy Warhol.

Uma das partes mais interessantes é a que reproduz o estúdio Olympic, em Londres, onde gravaram em 1966.

Em vídeos, o produtor Don Was e os roqueiros contam como criaram faixas memoráveis. Sobre a voz de Jagger, Was fala: "Estrela é aquela pessoa que consegue fazer com que sua voz passe a barreira de microfones do estúdio. É um dom. E ele o tem".

No final, um show em 3D com imagens da mais recente turnê. Na hora de tirar os óculos, não se acanhe se uma lagrimazinha escorrer. Não será apenas a sua.


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