Sabotage está vivo. Ao menos em "Neural", uma nova composição do rapper em colaboração com seus parceiros do RZO.
A faixa foi criada com o uso da tecnologia de inteligência artificial, que, após análise das letras e dos manuscritos deixados por Sabotage, morto em 2003, simulou possíveis versos que o rapper poderia ter escrito.
O projeto foi articulado pela empresa Kunumi em parceria com o Spotify e contou com a família do artista, o produtor Tejo Damasceno, do Instituto, e o grupo RZO.
A primeira etapa do processo criativo foi dedicada à configuração e ao treinamento da rede neural. Em seguida, familiares e amigos do rapper passaram a validar as sentenças geradas pela máquina que tinham a ver com o estilo de Sabotage.
As frases aceitas eram retrabalhadas pelo rapper Helião, do grupo RZO, responsável pela composição final, que contou com vocais dos filhos de Sabotage e da Negra Li.
Um documentário que registrou o experimento estará disponível nos canais do Spotify.
Em outubro, um álbum póstumo de Sabotage trouxe à tona 11 canções inéditas do rapper. A produção partiu das gravações que ele preparou na semana de sua morte.
Inacabadas, elas ganharam toques de um time robusto de velhos parceiros do compositor, que inclui nomes como Tropkillaz, DBS, Negra Li, Quincas Moreira, Dexter, BNegão, Céu e Sandrão.
Assim como o disco de estreia do artista, o segundo álbum também foi produzido pelo Selo Instituto, liderado por Daniel Ganjaman, Tejo Damasceno e Rica Amabis.
Todos participaram de forma voluntária e cederam direitos artísticos e autorais aos filhos do rapper, Tamires, 22, e Wanderson dos Santos, 23.
MORTE
Sabotage foi morto com quatro tiros na madrugada de 24 de janeiro de 2003, logo após deixar a mulher no trabalho.
Em 2010, Sirlei Menezes da Silva foi condenado a 14 anos de prisão pelo crime, que, segundo a investigação, tem relação com o passado do rapper no tráfico. Silva cumpre a pena no presídio de Andradina (SP).