Folha de S. Paulo


Doação de venezuelana criará instituto latino-americano de arte no MoMA

A colecionadora Patricia Phelps de Cisneros anunciou nesta segunda (17) a doação de 102 obras ao MoMA (Museu de Arte Moderna) de Nova York, das quais 64 são de artistas brasileiros Elas se juntam a um lote de 40 peças já em posse do museu.

As 142 obras concentram-se em um recorte específico: o abstracionismo geométrico latino dos anos 1930 a 1960 de quatro países –Uruguai, Argentina, Brasil e Venezuela, terra natal da colecionadora.

Vêm de lá, aliás, os artistas com maior representação na doação: Alejandro Otero (1921-1990), com 23 obras, e Gego (1912-1994), com 16 obras. Em seguida, com 13 obras, vem o brasileiro Hércules Barsotti (1914 -2010). Com conjuntos significativos também aparecem Lygia Clark (1920-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980), cada um com nove trabalhos.

Reprodução
"Função Diagonal" (1952), do brasileiro Geraldo de Barros, integra o acervo do MoMa

O valor das obras não foi informado —segundo Gabriel Pérez-Barreiro, diretor da Fundação Cisneros, que cuida da coleção, porque "a maior parte das obras foi comprada quando elas não tinham alto valor de mercado". Observando-se só o conjunto brasileiro, é possível estimar que a doação não saiu por menos de R$ 100 milhões.

Após a aquisição da Coleção Adolpho Leirner, de arte construtiva brasileira, pelo Museu de Belas Artes de Houston, em 2007, é o aporte mais significativo de arte latino-americana a uma instituição dos EUA. "A diferença é que, no MoMA, ela será exposta ao lado dos grandes nomes da história da arte e não ficará restrita ao gueto latino", afirma Pérez-Barreiro.

Junto com as obras, a colecionadora doou ao museu fundos para a criação do Instituto de Investigação para Arte Latino-Americana, que funcionará no MoMA de forma permanente.

O jornalista FABIO CYPRIANO viajou a convite da Fundação Cisneros


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