Folha de S. Paulo


Com 'Anatomia do Paraíso', Beatriz Bracher vence Prêmio São Paulo

Ana Paula Paiva/Valor
Data: 09/09/2013 Editoria: Cultura Reporter: Maria Luiza Mendes Furia Local: Sao Paulo, SP Pauta: Fotografar as escritoras em bate-papo. Fazer fotos das duas juntas e separadas, para termos em arquivo. Setor: literatura Tags: livros, premios, literatura, obra, escrita, escrever, historias, novela, romance, ficcao, estilo, entrevista. Personagem: Beatriz Bracher, escritora, fotografada em seu escritorio. Foto: Ana Paula Paiva/Valor ***FOTO DE USO EXCLUSIVO FOLHAPRESS***
A escritora Beatriz Bracher

O romance "Anatomia do Paraíso" (ed. 34), da escritora paulista Beatriz Bracher, 55, foi eleito o livro do ano pelo Prêmio São Paulo de Literatura, anunciado na noite desta segunda (10) pela Secretaria do Estado de Cultura.

Um dos mais elogiados em 2015, o livro já havia vencido, em julho, o Prêmio Rio de Literatura, dado pela Fundação Cesgranrio e pela Secretaria de Estado de Cultura do Rio.

A obra conta a história de um estudante que trabalha em uma dissertação de mestrado sobre "Paraíso Perdido", o poema épico de John Milton. Na história, Bracher discute o abuso sexual.

Com o São Paulo, a escritora receberá R$ 200 mil. Como troféu adicional, concedido pela Embaixada do México, ela participará da Feira do Livro de Guadalajara, um dos principais eventos literários da América Latina.

Em comunicado, o júri disse considerar o livro "intenso, com personalidade desde a primeira página, inteligente e provocador, escrito em linguagem bela e refinada."

O troféu de autor estreante com mais de 40 anos ficou com Marcelo Maluf, por "A Imensidão Íntima dos Carneiros" (ed. Reformatório). Já para entre os autores com menos de 40, o eleito foi Rafael Gallo, pelo romance "Rebentar" (Record). Cada um deles recebe um prêmio de R$ 100 mil.

Em sua obra, Maluf imagina a vinda do avô libanês para o Brasil e presta homenagem ao "Livro das Mil e Uma Noites". Já Rafael Gallo conta a história de uma mulher que, depois de 30 anos buscando pelo filho desaparecido, tenta reorganizar sua vida.

De poucas palavras, Beatriz Bracher fez a plateia rir ao dizer que não tinha preparado um discurso. "A gente se prepara para perder, não para ganhar. Sou melhor escrevendo do que falando", disse ela, antes de agradecer a seu marido, presente na plateia.

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Já Rafael Gallo agradeceu às mães de filhos desaparecidos a quem entrevistou durante a pesquisa para seu romance.

Marcelo Maluf, por sua vez, fez referencia a seus antepassados libaneses. "Só pude escrever esse livro porque contei com a presença deles", afirmou.

O júri do Prêmio São Paulo foi formado por Adriano Schwartz, professor de literatura da USP; Elisabeth Braith, doutora em linguística; Heloísa Jahn, editora; Ronald Polito, poeta; e Estevão Azevedo, escritor e ganhador do troféu no ano passado, por "Tempo de Espalhar Pedras".


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