Quando foi publicado pela primeira vez, em 1875, "O Crime do Padre Amaro" causou rebuliço em Portugal. O livro de Eça de Queirós (1845-1900) provocou reações na Igreja Católica ao contar a história de um clérigo que chega a uma cidade e se apaixona por uma mulher. O amor de Amaro e Amélia é consumado em encontros furtivos.
Mais importante do que essa repercussão é a condição literária da obra, que foi o marco inicial do realismo na literatura portuguesa. É por essa excelência narrativa que o livro é o volume 28 da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura. Ele chega às bancas no domingo (9) e é também o volume que encerra a coleção. Desde o dia 10/4 a Folha ofereceu semanalmente aos leitores um novo livro.
O texto excepcionalmente bem escrito coloca como pano de fundo da relação proibida uma discussão farta sobre questões de fé. Todos os tormentos do padre Amaro nascem de sua falsa vocação para o sacerdócio.
Foi a trama romântica,contudo, que garantiu a popularidade da obra e de suas duas adaptações ao cinema, em produções no México (2002) e em Portugal (2005).
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O escritor português Eça de Queiroz (1845-1900) |