Folha de S. Paulo


Em 'Fahrenheit 451', obra de Ray Bradbury, livros são ameaças sociais

Não há dúvida sobre qual é a obra mais importante na carreira do escritor americano de ficção científica Ray Bradbury (1920-2012). Atendendo a um pedido dele, a inscrição "autor de 'Fahrenheit 451'" está em sua lápide, num cemitério de Los Angeles.

Não que a extensa obra do autor deixe de ter outros volumes fundamentais para o gênero, notadamente os conjuntos de contos "Crônicas Marcianas" (1950) e "O Homem Ilustrado" (1951). Mas foi com seu primeiro romance, em 1953, que ele ajudou a erguer as bases para o filão gigantesco das sociedades futuras distópicas.

"Fahrenheit 451" é o volume 23 da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura, que chega às bancas no próximo domingo, dia 4.

Na obra, Bradbury recorreu a uma simbologia simples para retratar o método de censura ideológica em sua visão opressora do futuro. Todos os livros são proibidos numa sociedade na qual ter opinião própria é uma conduta antissocial e criminosa.

O personagem principal é Guy Montag, que trabalha como "queimador de livros", uma espécie de policial que deve jogar na fogueira qualquer volume que encontrar.

Fahrenheit 451
Ray Bradbury
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O nome da obra de Bradbury vem da temperatura em que o papel queima –451 graus na escala Fahrenheit, cerca de 230 graus Celsius.

A trama se desenrola quando Montag começa a questionar sua atividade. Uma rara e feliz combinação de aventura, drama e crítica social.

Muitas obras de Bradbury foram adaptadas para cinema e TV –o escritor chegou a produzir roteiros diretamente para esses meios.

"Fahrenheit 451" foi filmado em 1966 pelo diretor francês François Truffaut (1932-1984), com sucesso.


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