Folha de S. Paulo


Banda Francisco, el Hombre lança álbum de estreia na sexta; ouça inédita

Divulgação
francisco el hombre
A banda campineira lança 'soltasbruxa' na sexta (2/9)

Coros vocais, influências latinas e ritmos contagiantes. Algumas características do EP de estreia de Francisco, el Hombre, "La Pachanga!", lançado em 2015, traçam uma linha em comum com o primeiro álbum da banda campineira, "soltasbruxa", a ser divulgado nesta sexta (2/9).

Mas algo está mudado: além de trazer um teor político reforçado, desta vez, o português domina a maior parte das composições da banda que despertou curiosidade dos ouvintes ao cantar em espanhol, apesar de sua origem no interior paulista. A escolha inicial não foi de todo inusual, já que dois de seus integrantes, os irmãos Sebastián e Mateo Piracés-Ugarte, são mexicanos.

"Queríamos romper fronteiras, no começo eu até achava que [a influência latina da banda] era porque eu e meu irmão somos mexicanos, mas o Brasil é igualmente latino", diz Mateo, que, além de Sebastián, ladeia os brasileiros Andrei Martinez Kozyreff, Juliana Strassacapa e Rafael Gomes da Silva.

Se em um primeiro momento o idioma serviu como um chamariz, agora a banda quer usar o recurso para se comunicar de forma clara com o público. "A curiosidade é uma vela que apaga rápido, com o álbum a gente quer passar uma mensagem e ser entendido", afirma o vocalista e violonista.

Com o tom idealista que parece guiar o discurso do novo trabalho, o músico cita um trecho do livro mais influente do uruguaio Eduardo Galeano, "As Veias Abertas da América-Latina", para explicar o que desejam transmitir: "'A divisão internacional do trabalho consiste em que alguns países se especializem em ganhar e outros em perder'. Nós já perdemos, agora é a nossa vez de gritar, de soltar as bruxas".

Enquanto o EP foi permeado de influências do folk, o novo disco promete "mais fígado" e uma guinada maior ao rock, sem deixar de incorporar o espírito andarilho [da figura lendária colombiana Francisco, el hombre, que nomeia a banda] de assimilar referências que adquirem na estrada –a banda já realizou cerca de 600 shows, passando por países como Cuba, México, Uruguai e Chile.

CARNAVAL FORA DE ÉPOCA

A Folha antecipa com exclusividade a inédita "Tá Com Dólar, Tá Com Deus" (ouça abaixo), uma marchinha de carnaval que compõe o trabalho em questão.

"A música fala da desvalorização da vida perto da valorização monetária. O dinheiro é um mal necessário. Conseguir viver com o mínimo já é um luxo no dias de hoje", diz Mateo.

Para acompanhá-los na divertida faixa, a banda convidou os camaradas gaúchos do Apanhador Só, os quais hospedaram em Campinas durante passagem deles em turnê. "Virou uma grande amizade, o perrengue fornece experiências inimagináveis e achamos que eles tinham a vivência que queríamos passar na música", explica.

Já em "Bolso Nada", queriam falar sobre "esses políticos que pensam que bandido bom é bandido morto e que existe cura gay". Convidaram, então, Liniker e Os Caramelows para entoar a canção que aborda o conservadorismo que ganhou força na América Latina nos últimos anos.

"Calor da Rua", o primeiro single do novo trabalho, contou com produção de Curumim e já pode ser ouvida.

O álbum será apresentado pela primeira vez ao vivo em um show no dia 22 de outubro, no Audio Club. A ocasião também contará com a participação da veterana banda argentina Onda Vaga.

'Tá Com Dólar, Tá Com Deus'

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FRANCISCO, EL HOMBRE - LANÇAMENTO DE 'SOLTASBRUXA' (COM ONDA VAGA)
ONDE Audio Club, av. Francisco Matarazzo, 694, Água Branca, tel. (11) 3862-8279
QUANDO Sáb.: 22/10, às 22h
QUANTO: R$ 80 (1º lote) a R$ 140 (4º lote). Ingr. p/ Ticket 360 ou na bilheteria do Audio Club (de seg. a sáb., das 13h às 20h, exceto feriados)
CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: 18 anos


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