Folha de S. Paulo


Antonio Fagundes reestreia peça 'Vermelho' ao lado do filho

Faz pouco mais de quatro anos que Antonio Fagundes e Bruno Fagundes dividiram o palco pela primeira vez, na estreia da peça "Vermelho".

De lá para cá, as críticas positivas sobre o espetáculo se somaram ao sucesso de outra montagem feita em conjunto, "Tribos", que ficou em cartaz dois anos e meio e teve até turnê internacional. Isso tudo fortaleceu ainda mais a conexão entre os dois.

"Nossa relação profissional mudou totalmente", diz Bruno, 27 anos. "A gente teve que aprender um com o outro. Aprender, principalmente, a se ouvir, e isso fez com que a gente crescesse muito."

A partir desta quinta (11), quando "Vermelho" reestreia no palco do Tuca, Fagundes, o pai, volta a interpretar o pintor norte-americano Mark Rothko (1903-1970), ícone do expressionismo abstrato.

A trama se passa no final dos anos 1950 e começa quando o artista recebe em seu ateliê nova-iorquino seu novo assistente (vivido por Bruno).

A diferença de idade, de bagagem cultural e de percepção artística entre os dois provoca embates que não dizem respeito só ao mundo da pintura, mas à vida em geral.

Escrito em 2009 por John Logan (roteirista de filmes como "Gladiador" e "O Aviador"), o texto, cheio de humor, também mostra como o novato vai ganhando confiança aos poucos para expressar suas opiniões. A direção é de Jorge Takla.

INTERAÇÃO

Como o espetáculo traz uma série de menções a pintores e personalidades, a dupla resolveu facilitar para o público.

"Nós vamos realizar uma exposição no saguão no teatro com uns dez painéis que vão explicar tudo o que citarmos na peça", conta Antonio.

Vai dar para ver quadros de nomes como Jackson Pollock, Matisse, Picasso, Andy Warhol, Michelangelo, Salvador Dalí e até do próprio Rothko.

"Se a pessoa quiser, antes da peça ela já chega e se informa por lá, senão, vê na saída."

Outra novidade é que a plateia vai poder participar de um leilão após cada sessão e levar para casa o quadro que os dois pintam em cena –eles produzem a obra de forma frenética em cerca de um minuto.

O valor mínimo ainda não está definido, mas os lances devem acontecer após os bate-papos realizados após as apresentações –onde os atores respondem perguntas e contam curiosidades sobre a montagem.

A interação com os espectadores, que começou com uma série de ensaios abertos, também vai se estender aos bastidores. Antes de cada sessão, quem pagar R$ 100 a mais em um ingresso especial vai ter o direito de fazer um tour pelo camarim, subir ao palco e conhecer detalhes do cenário.

"Tem gente que não tem ideia de como tudo é feito, só vê a coisa lá montada", diz Antonio. "Queremos levar a pessoa pra ver as armações por trás, como é a traquinagem toda, como sobe, como desce." De quebra, quem participar vai poder tomar café com os dois.

No último sábado de cada mês, as sessões vão ter intérprete de Libras, tablets com legendas e audiodescrição.

VERMELHO
QUANDO Qui, sex. e sáb., às 21h30, dom., 18h; até 4/12
ONDE Tuca, r. Monte Alegre, 1.024, tel. 3670-8455
QUANTO R$ 60 a R$ 80
CLASSIFICAÇÃO 12 anos


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