Folha de S. Paulo


Mística, psicodelia nordestina dos anos 1960 e 70 guia shows em SP

Certa aura mística envolve hoje o período em que a psicodelia na música ganhou sotaque nordestino. O movimento dos anos 1960 e 70 guia shows que acontecem nesta sexta (15) e sábado (16) no Sesc Pompeia.

"Notei que a galera mais nova tem curiosidade e está redescobrindo essa obra", diz o cantor pernambucano Ortinho, criador do projeto Nordeste Psicodélico.

Curiosidade que levou o vinil de "Paêbirú", disco de 1974 de Lula Côrtes e Zé Ramalho, espécie de pedra fundamental dessa época, a valer até R$ 4 mil em sua edição original.

Divulgação
O pernambucano China, uma das atrações do projeto Nordeste Psicodélico
O pernambucano China, uma das atrações do projeto Nordeste Psicodélico

O álbum tem a lisergia e o senso de improviso que havia se propagado pela música naqueles tempos. Mas os artistas dessa leva nordestina diferenciavam-se, além do regionalismo, pelas influências.

"Todos eles eram fãs de Luiz Gonzaga, que tinha uma linguagem muito aberta e até psicodélica também. Foi nosso Elvis Presley", afirma Ortinho.

Além das guitarras, instrumentos indianos, violas e batuques marcam a produção do período. Alguns dos nomes mais populares da música popular, como Fagner e Tom Zé, incorporaram o espírito. Mas também havia o lado B: bandas como Ave Sangria têm hoje status de cult.

"O Nordeste sempre precisou fazer algo diferente do que acontece nos grandes eixos para se destacar", avalia o pernambucano China, que canta Alceu Valença no show.

O repertório, resultado de um trabalho de pesquisa que durou cerca de seis meses, tem ainda Novos Baianos, Marconi Notaro, The Gentleman, entre outros.

NORDESTE PSICODÉLICO
QUANDO sábado (16), 21h30
ONDE Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, tel. (11) 3871-7700
QUANTO R$ 9 a R$ 30
CLASSIFICAÇÃO 18 anos


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