Folha de S. Paulo


Brilhante Ustra é o sexto autor de não ficção mais vendido do país

Sérgio Lima - 10.mai.2013/Folhapress
Carlos Alberto Brilhante Ustra em audiência pública promovida pela Comissão Nacional da Verdade, em maio de 2013

O livro do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra (1932-2015), "A Verdade Sufocada", de impressão paga pela sua própria família, é a sexta obra mais vendida do país.

O livro, em que o coronel que chefiou a unidade de tortura do DOI-Codi durante o regime militar, entrou esta semana na lista que a Folha publica em sua edição deste sábado (4).

A entrada da obra no ranking deveu-se a uma venda de 1.068 exemplares nas lojas da Livraria Cultura. "A Verdade Sufocada" estava esgotado havia quase um mês.

A edição é parte de uma tiragem de 20 mil exemplares, diz a viúva do militar, Maria Joseíta Brilhante Ustra. Ainda segundo ela, essa é a maior impressão que a família já fez da obra do coronel.

"No começo as livrarias nos boicotavam. A primeira a nos procurar [para vender o livro] foi a Livraria Cultura do Recife", diz a viúva.

Ela conta que o volume sempre vendeu bem, mas que esta foi a primeira vez que ficou 20 dias esgotado. A Folha ligou para a loja da Cultura no Conjunto Nacional e um livreiro informou que, com a obra esgotada, havia muitas encomendas.

"Agora as livrarias me procuram em grande quantidade. Eu não procuro nenhuma", afirma Maria Joseíta.

Para o vereador Gilberto Natalini (PV-SP), presidente da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, a notícia se deve ao clima do país. "O debate político se ampliou e uma direita rançosa e fascista está se reorganizando no Brasil".

Ex-preso político, ele afirma ter sido torturado pessoalmente pelo ex-coronel reformado.


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