Folha de S. Paulo


Com mesmo elenco, diretor recria mundo de Tim Burton em novo 'Alice'

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Alice cresceu, virou capitã de um navio na Inglaterra e saiu mundo afora em pleno século 19.

"O único jeito de alcançar o impossível é acreditar que é possível", diz a personagem principal do filme "Alice Através do Espelho". Trata-se da continuação do colorido "Alice no País das Maravilhas", dirigido por Tim Burton em 2010, que levou 5,2 milhões ao cinema no Brasil, e chega às telas nesta quinta (26).

As aspas de Alice valem também para o trabalho de James Bobin ("Os Muppets"), novo diretor da sequência. Ao assumir o mundo de Burton, que dessa vez assina apenas a produção executiva do longa, Bobin não subverteu, tampouco comprometeu a obra original.

"Tentei manter os mesmos parâmetros em termos de personagem, locação e roteiro. Você sabe, é o mundo dele. Foi um prazer ser capaz de experimentá-lo", disse Bobin, durante conversa com jornalistas em Londres, da qual a Folha participou.

O novo diretor diz não ter ouvido a advertência do próprio Burton de que seria um trabalho duro.

Preciosos conselhos do criador do original, contudo, foram seguidos à risca, entre eles o de não filmar usando fundo verde para "não ficar completamente maluco".

Um dos efeitos, que aparece no final do longa, surpreendeu até mesmo Burton, que elogiou o entusiasmo do novo diretor. "Era preciso uma energia diferente", observou Burton.

DE VOLTA

Todo o elenco original, com Mia Wasikowska, Johnny Depp, Anne Hathaway e Helena Bonhan Carter, está de volta, atuando com as animações do primeiro longa.

Reinterpretar um personagem não é novidade para Depp, que se prepara para aparecer nas telas, no próximo ano, mais uma vez como o pirata do Caribe Jack Sparrow. Segundo o ator, é sempre uma chance de melhorar o que poderia ter sido diferente da primeira vez.

"Tive a oportunidade de fazer isso", diz, ponderando que seu Chapeleiro mostra, nesta sequência, diferentes faces. "Está confuso, perdido, paranoico e até violento".

No segundo "Alice", a roteirista Linda Woolverton, que tem o texto de "Rei Leão" (1994) no currículo, reforçou uma mensagem mais feminista sobre a vontade pessoal e os papeis das mulheres no mercado de trabalho.

O novo diretor escolheu Sacha "Borat" Baron Cohen para representar o Tempo, novo personagem introduzido na trama. "Ele é complexo, imaturo, narcisista e com o trabalho mais importante do mundo, como Donald Trump", disse Cohen, que não desperdiça nenhuma chance de fazer uma piada.

A ideia de levar Alice de volta ao País das Maravilhas, contudo, usa o velho recurso da viagem ao tempo.

Foi a solução encontrada para ligar os contos soltos e sem conexão do segundo livro sobre as aventuras de Alice escrito em 1871 pelo britânico Lewis Caroll, no qual o filme se baseia.


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