Folha de S. Paulo


Coleção Folha lança volume com clássico russo 'A Morte de Ivan Ilitch'

Chegam às bancas neste domingo (24) o quarto volume da Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura: "A Morte de Ivan Ilitch", do russo Lev Tolstói (1828-1910).

A obra faz parte de uma série que se propõe uma biblioteca pessoal para estimular o contato com livros fundamentais e arrebatadores.

São 28 volumes que abrangem 227 anos de produção literária, de "Os Sofrimentos do Jovem Werther" (1774), de Goethe, a "Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento" (2001), da contista canadense Alice Munro, ganhadora do Nobel de Literatura em 2013.

Segundo o colunista da Folha Manuel da Costa Pinto, curador da coleção, as traduções foram selecionadas entre as melhores disponíveis no cenário editorial.

Divulgação
O escritor Lev Tolstói em foto dos anos 1860
O escritor Lev Tolstói em foto dos anos 1860

Ele destaca a tradução do poeta Carlos Drummond de Andrade para a obra do francês Marcel Proust editada no primeiro volume da coleção, "A Fugitiva", e ressalta que a lista de traduções inclui versões feitas especialmente para a série publicada agora.

"A Morte de Ivan Ilitch" está entre essas, com o texto vertido diretamente do russo por Irineu Franco Perpétuo.

É dele também outra tradução de autor russo presente na coleção, "Memórias do Subsolo", de Fiódor Dostoiévski, o volume sete, que chegará às bancas no dia 15 de maio.

Outro volume com tradução pioneira é "O Marido Dela", do italiano Luigi Pirandello (o livro número nove, nas bancas no dia 29 de maio). Esta ficou a cargo do tradutor Francisco Degani.

As capas dos livros foram feitas exclusivamente para a coleção, pintadas pelo ilustrador Weberson Santiago.

Leia abaixo o texto de apresentação que Irineu Franco Perpétuo preparou para este volume quatro da série.

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Célebre por romances monumentais como "Guerra e Paz", o conde russo Lev Nikoláievitch Tolstói era também um mestre da narrativa curta, como fica evidente em "A Morte de Ivan Ilitch" (1886), que Paulo Rónai considerava "a mais perfeita e a mais vigorosa" de todas as novelas.

Tolstói utiliza a agonia de um jurista bem-sucedido para refletir sobre questões filosóficas como o sentido da vida e a inevitabilidade da morte.

Na opinião do escritor Vladímir Nabókov (autor de "Lolita"), "ninguém na década de 1880 escrevia assim na Rússia", e a novela pode ser vista como precursora do modernismo russo, mesclando "toques de fábula", uma "entonação terna e poética" e um "tenso monólogo mental", no qual Tolstói aplica a técnica de fluxo de consciência.

IRINEU FRANCO PERPÉTUO
jornalista e tradutor
(texto da contracapa do vol. 4 da coleção)


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