Folha de S. Paulo


Rio terá nova semana fashion em junho, com Osklen e Lenny

Dois anos após perderem o Fashion Rio, segundo maior evento de desfiles do país, os cariocas voltarão a fazer parte do circuito de moda nacional. Entre os dias 14 e 18 de junho, a Dream Factory, organizadora do Rock in Rio, e a L21, da feira ArtRio, lançam a primeira edição do Rio Moda Rio.

Serão 12 apresentações, entre desfiles e performances, de grifes cariocas de moda praia e casual. O Pier Mauá, no centro, abrigará o evento.

Osklen, Lenny Niemeyer, Blue Man, Alessa, Isabela Capeto e Patricia Vieira, grifes do antigo line-up do Fashion Rio, se juntarão às novatas Paradise, de Thomaz Azulay, e Guto Carvalho Neto. Outras três marcas poderão entrar ainda.

O orçamento, com patrocínio do Senai e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, gira em torno de R$ 15 milhões. Esse custo de produção, similar ao da São Paulo Fashion Week, será dividido ao longo do ano para a abertura de um edital para novos estilistas, palestras e um prêmio de moda entregue aos profissionais que se destacaram.

"A ideia do desfile por si só não se sustenta mais. É preciso trazer as pessoas para dentro do evento e estimular o consumo de moda dentro de uma nova plataforma", diz Duda Magalhães, sócio da Dream Factory. "A aceitação das marcas foi imediata."

Assim como a semana de moda paulistana, a carioca entrará no modelo "see now, buy now" (veja agora, compre agora), no qual as roupas desfiladas em um dia são postas automaticamente à venda em lojas físicas e virtuais.

Alinhada à tendência mundial, a semana de moda também não será classificada pelas estações primavera-verão e outono-inverno.

Para o estilista Carlos Tufvesson, curador das marcas que desfilam no Rio Moda Rio, a nova plataforma foi criada porque "o negócio dos desfiles ficou engessado no tempo". "A moda se fechou para si mesma, não estimulou o desejo das pessoas", diz.

Inicialmente, os organizadores da temporada carioca pretendem fazer acontecer esse estímulo por meio de lojas temporárias instaladas dentro do Píer Mauá. Aberto ao público, o evento terá ingressos vendidos por R$ 50, com direito a shows de artistas como Alice Caymmi e Johnny Hooker. As apresentações dividirão espaço com barracas de chefs estrelados.

"A arte, no caso a moda, é soberana. O que estamos fazendo é unindo diversas expressões, da gastronomia à música. Fazer desfile não resolve o problema [de difusão] da moda", diz Luiz Calainho, da L21 Participações.

À Folha, os sócios da empreitada afirmaram que, já no segundo semestre deste ano, haverá atividades espalhadas por todo o Rio.

O jornalista viajou a convite do Rio Moda Rio


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