Folha de S. Paulo


'Admirável Mundo Novo', de Aldous Huxley, é volume 3 da Coleção Folha

Neste domingo (17), a Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura envia às bancas o terceiro volume da série: "Admirável Mundo Novo", do escritor britânico Aldous Huxley (1894-1963)

Lançado originalmente em 1932, o romance exerce desde então uma forte influência sobre a literatura de ficção científica que se seguiu.

As sociedades distópicas que hoje são cenário comum em livros de aventura adolescente, como "Jogos Vorazes" e "Divergente", pagam tributo direto ao modelo concebido por Huxley.

Escrito em pouco mais de três meses em 1931, quando passava o verão na França, o livro mostra o mundo do futuro dividido em castas.

Reprodução
O escritor inglês Aldous Huxley
O escritor inglês Aldous Huxley

Famílias não existem mais. A pessoa nasce, é separada dos pais e não conseguirá mudar de extrato social.

O escritor inglês é nome crucial no romance moderno. Segundo o colunista da Folha Manuel da Costa Pinto, curador da coleção, "todos esses livros permitem estabelecer confluências que mostram como a literatura, do final do século 19 até a atualidade, se conecta por percepções compartilhadas da condição, das angústias e dos êxtases do indivíduo moderno."

A Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura é formada por 28 volumes, que serão oferecidos semanalmente nas bancas. O último, "O Crime do Padre Amaro", do português Eça de Queirós, será lançado em 9 de outubro.

Cada livro custa nas bancas R$ 19,90, mas é possível comprar toda a série de uma vez ou em lotes (veja abaixo as orientações para a compra).

As capas foram feitas exclusivamente para este lançamento, pintadas pelo ilustrador Weberson Santiago.

Leia abaixo o texto de apresentação do terceiro volume, escrito pelo filósofo e colunista da Folha Luiz Felipe Pondé.

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Você já sentiu um gosto de vida controlada em nome do bem social? Já sentiu que o mundo a sua volta parece uma gaiola de felicidade? Ou um manual da vida perfeita?

Num mundo desses, todos deveriam ler "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley. Membro de uma família da elite britânica, envolvida com discussões que iam da teologia ao darwinismo, Huxley inventou esse mundo admirável para denunciar o risco das utopias (o sonho de um mundo perfeito).

Sua distopia (o contrário de uma utopia) descreve um futuro horrível fruto de uma utopia que deu errado. Essa utopia é o projeto utilitário. O utilitarismo é a escola ética de maior impacto no mundo contemporâneo, pois elegeu como princípio maior da vida a eliminação do sofrimento e a otimização do bem-estar.

Sempre preocupados com a administração pública, os utilitaristas imaginaram um mundo sem contradições. Por isso, em nome da felicidade, sacrificariam a liberdade. Bem-vindos ao nosso mundo.

LUIZ FELIPE PONDÉ
colunista da Folha
(texto da contracapa do vol. 3 da coleção)


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