Folha de S. Paulo


'Superstar' retorna em novo horário e com Daniela Mercury na bancada

Na indústria dos realities musicais, os competidores não bastam. É necessário um corpo de jurados que encarne tipos: o bonzinho, o mau e o meio-termo. "Superstar" (Globo) estreia sua terceira temporada neste domingo (10) seguindo à risca a fórmula manjada.

Daniela Mercury substitui o cantor Thiaguinho ao lado de Sandy e Paulo Ricardo. A cantora baiana já avisou que será "a rainha má" da atração. Sandy ainda não decidiu se é "uma supersincera meiga ou uma meiga supersincera". Paulo se classifica como o "intelectual" da turma.

Fernanda Lima continua na apresentação do programa, que passa a ser exibido nas tardes de domingo.

A competição de bandas volta com a responsabilidade de substituir "The Voice Kids", que aumentou a audiência da emissora na faixa em 45%. Sua final, em março, marcou 16 pontos no Ibope da Grande São Paulo (cada ponto representa 69.417 domicílios). O último de "Superstar" em 2015 registrou média de 13 pontos, recorde da atração.

O diretor do reality, Frederico A. Oliveira, afirma que a mudança de horário já vinha sendo pensada e nada tem a ver com o êxito do programa infantil. "Alteramos para atender a um público que desejava assistir à competição, mas não conseguia, porque ela terminava muito tarde [ia ao ar às 23h do domingo]".

A partir desta edição, as bandas serão julgadas duplamente na fase inicial. Além de precisarem de 70% dos votos para continuar, serão classificadas num ranking. As mais bem posicionadas seguem para a próxima etapa, as demais participam de uma repescagem no quinto episódio.

Na segunda fase, os concorrentes serão examinados pelo público, pelos jurados e por convidados semanais. Ao trio de avaliadores não caberá mais o papel de "padrinhos" das bandas, eles apenas julgarão as apresentações.

O distanciamento deve ajudar Sandy, que promete mais rigidez: "Meu coração falou mais alto algumas vezes e acabei dando 'sim' para pessoas que não mereciam estar ali." Ela compôs "Respirar" com a banda Reverse, que esteve no programa em 2015. A canção está no DVD "Meu Canto", que sai no fim do mês.

Os jurados reconhecem que o caráter comercial da produção pode afastar grupos mais "underground". "Alguns podem pensar que, para manter a pegada alternativa, não pode estar no mainstream, que estar na Globo é trair a causa", afirma Sandy.

Paulo Ricardo concorda: "A cena está difícil, não estamos mais nos anos 80. Conheci quem se recusasse a ir ao Chacrinha, mas isso é uma contradição. Artista quer o maior público possível."

"Ideologia...", cantarola Daniela. Para ela, estar na TV é tão difícil quanto passar por qualquer outro crivo. "Existe um respeito grande pela personalidade de cada banda."

A jornalista viajou a convite da Globo


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