Folha de S. Paulo


Batalha pela custódia de busto de Pablo Picasso se intensifica

Andrew Burton/Getty Images/AFP
NEW YORK, NY - SEPTEMBER 10: A sculpture made by Pablo Picasso is displayed at the Museum of Modern Art's (MoMA)
Busto feito por Pablo Picasso, exibido na exposição "Picasso Sculpture", no MoMA

A batalha por uma rara escultura de Picasso, noticiada pelo "The New York Times" em janeiro, se intensificou com as novas queixas legais de que a filha do artista teria cancelado a primeira venda do trabalho por cerca de US$ 42 milhões para a família real do Qatar e fez, em segredo, um novo negócio por US$ 106 milhões transferindo a propriedade para outro comprador.

O trabalho, um busto de 1931 de Marie-Thérèse Walter, musa e amante de Picasso, é objeto de ações legais em três países, incluindo França e Suíça. A disputa coloca a empresa que representa a família real do Qatar contra o negociante de arte de Nova York Larry Gagosian, sobre a propriedade do trabalho, que foi vendido duas vezes pela filha de Picasso, Maya Widmaier-Picasso, 80.

Em uma ação judicial proposta na sexta-feira (11) à noite no tribunal federal de Manhattan, a empresa que representa a família do Qatar, a Pelham Holdings, delineou a cronologia da segunda venda de US$ 106 milhões para Gagosian, em maio de 2015, um mês depois de a primeira venda ter sido abruptamente cancelada.

Segundo a denúncia da Pelham, a família de Picasso estava com tanta pressa para realizar a segunda venda para Gagosian que fez a transferência do título da escultura para ele antes que o pagamento total da obra fosse feito. Gagosian, por sua vez, vendeu a escultura para Leon Black, um colecionador de arte de Nova York, em um acordo que teria permitido que Black tomasse posse da obra antes que o pagamento fosse completado.

No decorrer da operação, de acordo com a queixa de Pelham, a filha de Maya Widmaier-Picasso, Diana, recebeu uma comissão de Gagosian para agir como intermediária na segunda venda.

As informações do contrato foram recolhidas pela Pelham depois que ele ganhou a aprovação do tribunal para buscar documentos e e-mails sobre a segunda venda. O caso, que também está a avançar em direção a um julgamento em Genebra, onde a primeira venda ocorreu, está programado para ser julgado em 19 de setembro em Nova York. A escultura esteve exposta no MoMA até o início de fevereiro e agora permanece na posse de Gagosian durante os processos judiciais.

Um porta-voz da Gagosian Gallery afirmou: "nós compramos e vendemos a escultura de boa fé e com bom título".


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