Folha de S. Paulo


Florence Welch diz que vai pegar leve na balada para tocar no Lollapalooza

Jacek Bednarczyk/Efe
. Kraków (Poland), 10/08/2013.- Florence Welch, lead singer of the English band Florence and the Machine, performs during the concert on the last night of the Coke Live Music Festival in Cracow, Poland, 10 August 2013. EFE/EPA/Jacek Bednarczyk POLAND OUT
Florence Welch, cantora do Florence and the Machine, em show na Polônia em 2013

A banda Florence + The Machine vai encerrar neste domingo (13) a quinta edição brasileira do Festival Lollapalooza. Uma missão de destaque para qualquer artista, mas que Florence Welch, a diva ruiva do público descolado, vê com alguma reserva.

"É ótimo chegar a essa condição de ser a principal atração de um festival, mas traz mais responsabilidade. Tenho que me controlar nas festas, beber menos", diz a cantora à Folha, fazendo graça com sua assumida vocação para as baladas.

Em suas vindas anteriores ao Brasil, em uma turnê que passou por São Paulo, Rio e Florianópolis em 2012 e no Rock in Rio do ano seguinte, Florence bateu ponto diariamente em praias, casas de suco, restaurantes e festas que atravessaram a madrugada.

"É muito bom conhecer os lugares para onde minha música me leva", diz, lamentando a rotina de alguns artistas que nas turnês praticamente só conhecem aeroportos, hotéis e casas de show.

Florence Welch, 29, se confunde com o nome de sua trupe, a banda independente Florence + The Machine. É natural, porque o trabalho é pessoal ao extremo. No primeiro de seus três álbuns, "Lungs" (2009), as canções falam muito do fim de seu relacionamento com o namorado.

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"As pessoas perguntam se um coração partido é bom para escrever canções. Pode até ser, mas antes de tudo é uma grande merda, sempre."

"Ceremonials", de 2011, repetiu o topo das paradas que ela tinha alcançado na estreia. Seu terceiro e mais recente disco, "How Big, How Blue, How Beautiful", lançado no ano passado, foi descrito por ela como uma espécie de segunda parte do que fez no anterior.

LETRAS INTENSAS

Talvez esteja certa no que se refere às intrincadas e etéreas harmonizações, mas as letras, recheadas de angústia e dúvidas existenciais, são as mais intensas que já escreveu.

"What Kind of Man", sem dúvida o single mais forte dessa última safra, é um blues pop guiado por guitarras cheias de pompa.

A letra é puro amor derramado: "Com um único beijo você acendeu um fogo de devoção que perdurou por 20 anos/ Que tipo de homem ama dessa maneira?".

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"Tive de parar por um ano, estava bem perto de uma crise nervosa. Para o bem e para o mal, tive muito mais tempo para criar esse disco do que tive na gravação de 'Ceremonials'. Tudo foi feito em um ritmo muito mais agradável", diz Florence.

Os longos e esvoaçantes vestidos que às vezes têm capas são sua marca registrada no palco e servem para que se sinta à vontade. "Gosto de ficar despreocupada durante o show. Cada apresentação é diferente, a reação do público muda a cada lugar."

A inglesa considera cantar em um grande festival mais complicado do que cumprir sua turnê habitual. Ela se sente mais à vontade diante de uma plateia que a conhece, que comprou ingresso para vê-la. Num evento como muitos artistas, nem todos têm familiaridade com ela.

O Lolla oferece 70 mil ingressos diários. Florence deve cantar às 20h30 no palco Skol, que antes receberá outro inglês, o ex-Oasis Noel Gallagher. Na mesma hora, o brasileiro Planet Hemp estará no palco Axe. "Cada um tem seu público. Espero atrair também alguns curiosos."

Mas é difícil pensar que Florence pode ter qualquer dificuldade no palco. Sua voz poderosa, que alcança graves e agudos com a mesma intensidade —e facilidade—, é um cartão de visitas irresistível.

PÉ QUEBRADO

Além disso, a garra da moça já entrou para o folclore do rock depois de sua apresentação no Coachella, o maior festival americano, em 2012.

Ao saltar de um nível a outro do palco, Florence quebrou o pé. E ela não parou o show. "Se doeu? Pode apostar que sim", ela conta, agora conseguindo se lembrar de tudo com bom humor.

Falando de Florence + The Machine, a banda, o nome que ganha destaque é o de Isabella Summers, produtora e coautora de faixas em todos os álbuns.

Hábil com guitarra, baixo, bateria e teclados, Isabella conheceu Florence quando ainda eram crianças. Depois as famílias moraram em cidades diferentes até que as duas se reencontrassem para fazer música. Quem for ao Lolla vai vê-la atrás dos teclados.


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