Folha de S. Paulo


CRÍTICA FILME NA TV

Em 'Árido Movie', o Nordeste muda, mas permanece igual

Trailer de 'Árido Movie'

Há um novo Nordeste, mas não há —é o que parece nos dizer "Árido Movie" (2006, 16 anos, TV Brasil, 22h). Há mudança, mas também há permanência. Não pensemos mais nesse mundo perdido, cercado de galhos secos por todos os lados.

Saem também os agricultores, os burricos são substituídos por motos etc. E o homem nordestino típico é, parece, esse rapaz sofisticado e simpático que trabalha na TV, no Rio de Janeiro.

Ele é que tem de voltar ao sertão, em vista da morte do pai —enfim, acho que é o pai. Esse sertão, aliás, cheio de plantações de maconha celebradas por Selton Mello, ou melhor, Bob.

É então, nesse retorno, que irrompe algo de antigo, de coronéis, vinganças de sangue e tudo mais, quebrando a suave capa de bela cultura. O "Árido Movie", primeiro voo solo de Lírio Ferreira, é, de certa forma, um "O Som ao Redor" em versão caatinga.


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