Folha de S. Paulo


Amazon vai vender estoque restante da Cosac Naify com exclusividade

A partir de agora, quem quiser comprar o que restou do estoque da Cosac Naify só vai poder fazê-lo pela Amazon. A editora, que anunciou o encerramento de suas atividades em dezembro de 2015, fechou um acordo para vender os livros que sobraram com exclusividade.

A informação foi divulgada nesta sexta-feira (29), em mala direta aos clientes da editora.

Bruno Poletti - 24.set.2015/Folhapress
O empresário Charles Cosac
O empresário Charles Cosac

"Informamos que a partir de hoje todo o estoque remanescente da editora Cosac Naify, bem como possíveis reimpressões e últimos lançamentos, estarão disponíveis somente na loja da Amazon", diz o comunicado.

O site de vendas de livros criou uma página especial para os títulos da casa paulistana (www.amazon.com.br/cosacnaify ).

Quando anunciou seu fim, a Cosac Naify chegou a divulgar que faria um bazar para queimar o estoque —mas ele foi cancelado às vésperas, sem maiores explicações.

No momento, os autores que pertenciam à Cosac são alvo de disputa entre editoras brasileiras. A maioria, como anunciou Charles Cosac, fundador da empresa, deve ir para a Companhia das Letras —caso dos clássicos russos, como "Guerra e Paz", de Tolstói..

Outros devem ir para a Editora 34, onde Milton Ohata, antigo funcionário da casa, vai trabalhar como editor. Uma outra parte, por sua vez, deve ser incorporada ao catálogo da editora que Florencia Ferrari e Elaine Ramos, ex-diretoras da casa, pretendem criar.

HISTÓRIA

Criada há cerca de 20 anos, a casa ficou conhecida por publicar edições especiais, em pequenas tiragens, mas com grande cuidado com o design.

Seu primeiro livro foi "Barroco de Lírios", de Tunga, que trazia mais de dez tipos de papéis e 200 ilustrações. A obra tinha recursos sofisticados, como a fotografia de uma trança que, desdobrada, chegava a um metro de comprimento.

Além de artes plásticas, a empresa publicou diversos títulos de arquitetura, poesia, literatura brasileira —e se notabilizou pelas traduções de clássicos estrangeiros.

Com o tempo, o catálogo da editora, famoso por edições caras, foi incorporando livros mais baratos. Um dos marcos dessa mudança, criado em 2012, foi a coleção Portátil, de livros de bolso.


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