Folha de S. Paulo


Galerias do país exportaram US$ 67 mi no ano passado, o dobro de 2014

Dados recém-compilados pelo governo e obtidos pela Folha mostram que exportações de obras de arte brasileiras para colecionadores no exterior duplicaram no ano passado em relação a 2014.

No total, US$ 66,9 milhões, cerca de R$ 271 milhões em trabalhos artísticos, deixaram o país em 2015, 97,4% a mais do que os US$ 33,9 milhões, ou R$ 137,5 milhões, vendidos para estrangeiros no ano retrasado.

Os números são de um estudo a ser divulgado em breve pela Apex, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos. Esse órgão do governo federal acompanha as atividades das 48 galerias reunidas na Associação Brasileira de Arte Contemporânea —parceria batizada Projeto Latitude.

Nem todas as casas em atividade no Brasil integram o grupo, embora as maiores galerias nacionais façam parte dele. Ou seja, são dados representativos dos rumos do setor —compilados desde 2007, quando as galerias do país exportaram US$ 6 milhões, ou R$ 24,3 milhões, os números refletem uma alta exponencial desse mercado.

Enquanto a crise econômica corrói as vendas domésticas —a Apex deve divulgar esses dados só no segundo semestre—, a expansão das vendas no exterior indica o esforço cada vez maior de galerias nacionais para driblar o pessimismo no Brasil, lucrando com a alta do dólar em vendas para outros países.

Um reflexo desse foco no exterior é o aumento da participação das galerias brasileiras nas principais feiras do mundo, como a Art Basel Miami Beach, que acontece todo mês de dezembro no balneário americano e responde por parte expressiva do faturamento anual de várias casas no país.

Outras feiras que tiveram períodos de menor frequência de galerias brasileiras também vêm registrando um aumento na participação de casas do país, entre elas a Arco, em Madri, a ArteBA, em Buenos Aires, a Fiac, em Paris, e a ArtBO, em Bogotá.


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