Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Drama pessoal de John Wayne é inserido em um belo faroeste

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Quando se fala em "faroeste crepuscular" denomina-se, normalmente, o fim do ciclo do Oeste, na virada do século 19 para o 20. Mas também pode significar o fim do próprio faroeste.

Pode-se acrescentar um terceiro sentido a "O Último Pistoleiro" (1976, TC Cult, 0h05): é do fim de um pistoleiro que trata o belo faroeste de Don Siegel. E uma de suas belezas é, justamente, que o pistoleiro em questão é

John Wayne (1907-1979), que já sofria com o câncer.

Na história, o pistoleiro, sabendo-se com pouco tempo de vida, procura um modo de morrer com dignidade e menos dor. Na busca, topará com Lauren Bacall, o que reforça o caráter mitológico do filme: ela era, afinal, viúva de Humphrey Bogart.

Original pela concepção, o filme impõe-se, no entanto, pelo respeito seco ao caráter legendário do Oeste, de seus personagens e dos atores que o recriaram -é o que orienta sua concepção.


Endereço da página: