Folha de S. Paulo


Banda Autoramas faz melhor show do Porão do Rock, que chega aos 18 anos

Em 12 horas de shows, que começaram na tarde do sábado (5) e avançaram pela madrugada de domingo, a edição 2015 do Festival Porão do Rock celebrou as bandas de Brasília, cidade do evento. Entre os 24 shows da programação, o melhor foi o do grupo carioca Autoramas.

O critério para a escalação foi incluir bandas formadas na capital federal ou que tivessem integrantes com histórico na cena roqueira brasiliense. O Autoramas foi formado em 1997 pelo cantor e guitarrista Gabriel Thomaz, que nasceu em Brasília e fez carreira na cidade com o grupo Little Quail and The Mad Birds.

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Érika Martins e Gabriel Thomaz (Autoramas) em sho no Porão do Rock 2015 CRÉDITO: Alessandro Dantas/Divulgação ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Érika Martins e Gabriel Thomaz, da banda Autoramas, em show no Porão do Rock 2015

A banda lança em 2016 seu sétimo álbum, "O Futuro dos Autoramas", e mostrou no Porão sua melhor formação, que ganha ares de "supergrupo" do rock brasileiro.

Thomaz está agora acompanhado do baixista Melvin, que tocou no Carbona e no Acabou La Tequila, e do baterista Fred, ídolo nacional no período em que segurou as baquetas nos Raimundos.

Completa o quarteto Érika Martins, cantora e guitarrista da banda Penélope e em carreira solo nos últimos dez anos. O show foi impecável. Rock rápido, bem tocado, para dançar e pular. A banda emendou uma música na outra, sem dar tempo para o público respirar. Fred surrou a bateria sem dó, em ótima forma, enquanto Thomaz fazia poses de "guitar hero" e Érika jogava charme para os fãs.

Nos quatro palcos montados no estacionamento do estádio Mané Garrincha, a sensação era a de assistir a uma espécie de passagem do bastão na cena local. As atrações variavam de bandas novíssimas, algumas ainda com muito a melhorar, e os nomes consagrados, como Paralamas, Capital Inicial, Plebe Rude e Raimundos.

O grupo mais emblemático dessa renovação é o quarteto Scalene. No festival do ano passado, a banda tocou à tarde, com sol na cara e um público reduzido, formado na maioria por parentes e amigos. Desta vez, depois de um ano de muita visibilidade no programa da Globo "Superstars" e um novo disco bombando, "Éter", o Scalene fez um show para 20 mil pessoas, em horário nobre. Tocou seu rock vigoroso já de madrugada, depois dos Paralamas.

Entre os consagrados, o show mais forte foi o da Plebe Rude. Há dez anos contando com o paulistano Clemente, que ainda segue liderando os Inocentes em carreiras paralelas, a banda da primeira geração brasiliense tem um novo e ótimo disco na praça, "Nação Daltônica".

As apresentações de Paralamas e Raimundos foram mais do mesmo. Sem novidades nos repertórios, trazem hits suficientes para serem recebidos como heróis locais.

Já o Capital Inicial saiu do roteiro habitual, tocando mais músicas da hoje lendária Aborto Elétrico, banda seminal do começo dos anos 1980 que seus integrantes dividiram com Renato Russo (1960-96), na pré-história da cena brasiliense.

Reunindo gerações diferentes no palco e no público, o festival completou 18 anos em ritmo de celebração. Deu certo.

PORÃO DO ROCK

AVALIAÇÃO muito bom


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