Folha de S. Paulo


MIS de São Paulo estreia minimostra sobre Zé do Caixão, o 'coveiro maldito'

"A partir deste ponto, entre por sua conta e risco", diz uma placa em "À Meia-Noite Levarei sua Alma", exposição sobre Zé do Caixão que será inaugurada no sábado (31), dia das Bruxas, no MIS (Museu da Imagem e do Som) de SP.

Será na entrada da "Inferno", uma das salas (esta, para maiores de 18 anos) concebidas por André Sturm, diretor executivo do museu. O clima é "claustrofóbico e de imersão, como se você estivesse entrando num trem fantasma", diz.

A exibição do acervo de José Mojica Marins será "pocket". A ideia é lançar uma mostra maior em 2017, como a de David Bowie, para abranger toda a carreira do cineasta.

Com ajuda de Liz Marins, filha de Mojica, e do assistente do diretor Marcelo Colaiacovo, o museu reuniu peças como o folheto do culto que Zé do Caixão pregava nos anos 1970 (Templo da Divina Concentração Mental) e uma jaqueta vermelha em homenagem ao personagem, criação do estilista Alexandre Herchcovitch.

Colaiacovo diz que lançará um "crowdfunding" para filmar cenas que Mojica deixou escritas, como uma partida de sinuca entre Deus e o Diabo.

BIOGRAFIA REEDITADA

Fora de catálogo há anos, a biografia "Maldito: A Vida e o Cinema de José Mojica Marins, o Zé do Caixão", reencarnará em nova edição, desta vez com 666 páginas (218 a mais).

Escrito por André Barcinski, colaborador da Folha, e Ivan Finotti, editor da "Ilustrada", o livro foi lançado em 1998, pela editora 34.

A nova versão atualiza a filmografia e traz mais imagens de bastidores e da série que Mojica apresentou de 2008 a 2014 no Canal Brasil, "O Estranho Mundo do Zé do Caixão".

Em novo posfácio, Barcinski lembra do documentário que ele e Finotti dirigiram em 2000, inspirados na biografia. O público do festival É Tudo Verdade o elegeu como melhor filme naquele ano.

O documentário recebeu menção honrosa no Festival de Sundance, para o qual foi convidado em 2001. Mojica também esteve por lá.

Sob -15º C, o cineasta, que nunca tinha visto neve, usou luvas sem pontas para acomodar as longas unhas.

Descobriu que Darren Aronofsky era seu fã. Na época cotado para dirigir "Batman", o diretor de "Cisne Negro" recebeu um conselho de Mojica: que tirasse Robin do filme. "Fica meio estranho, a mulherada toda dando em cima do Batman, e ele só atrás do Robin", reproduz Barcinski.

À MEIA-NOITE LEVAREI SUA ALMA
QUANDO abre 31/10; de ter. a dom., das 19h às 22h; até 10/1
ONDE MIS-SP, av. Europa, 158, tel. (11) 2117-4777
QUANTO R$ 5 a R$ 10; 16/18 anos

MALDITO
AUTORES André Barcinski e Ivan Finotti
EDITORA Darkside Books
QUANTO R$ 99,90 (666 págs.)


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