Folha de S. Paulo


Band repudia pedofilia contra criança do 'MasterChef' e faz reunião interna

A Band repudiou, em nota, comentários de conteúdo sexual feitos na internet direcionados a uma das participantes do "MasterChef Júnior", que estreou nesta terça (20).

Uma das participantes, de apenas 12 anos, foi alvo de internautas que publicaram mensagens com insinuações sexuais explícitas, acompanhadas da hashtag do "reality show" de culinária.

"A Band repudia e lamenta essas desagradáveis manifestações de extremo mau gosto. O foco do programa é o talento das crianças, e nem de longe, há qualquer provocação a esse tipo de estímulo", declarou a emissora em nota.

Durante a exibição do "reality", são publicados tuítes ao vivo dos telespectadores, mas os comentários passam por um filtro antes de ir ao ar.

Revoltados, outros internautas também escreveram mensagens de repúdio aos comentários sexuais sobre a garota.

A mãe da garota, que prefere não ser identificada, disse que a família foi orientada pela emissora a não comentar mais o caso. Novas providências serão debatidas em uma reunião na sede do canal na tarde desta quinta (22).

Embora os membros da família da participante não queiram comentar o caso, eles reforçaram a importância de se fazer um debate mais amplo sobre pedofilia. "Não queremos nos eximir da discussão sobre pedofilia, mas estamos lutando para que ela [a garota] não seja o centro deste debate", afirmou a mãe.

Ela conta que a menina está recebendo assistência da equipe de pedagogos e psicólogos do programa para enfrentar a repercussão, que "está sendo muito difícil".

A advogada criminalista Marina Chaves Alves diz que os autores dos comentários podem ser processados pela família da participante por crime contra a honra.

"A pedofilia em si não é tipificada criminalmente, ela é uma patologia. O que existe é a presunção de estupro quando a parte envolvida é menor de 14 anos. No entanto, o que está em jogo neste caso, na verdade, é o crime contra a honra da menina, de difamação", explica.

Contatado, o Ministério Público do Estado de São Paulo afirma que ainda não foi protocolada nenhuma denúncia envolvendo o caso, mas que qualquer internauta que se sentiu incomodado com o teor dos comentários pode entrar com um processo.


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